Fotojornalista preso por cobrir manifestação no Egito é solto após seis anos

Fotojornalista preso por cobrir manifestação no Egito é solto após seis anos

Mahmoud Abu Zeid havia sido condenado a cinco anos de prisão e foi mantido em cárcere além do tempo de sentença

AFP

Mahmoud estava preso desde 2013 no Egito

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O fotojornalista Mahmoud Abu Zeid, conhecido como Shawkan e preso desde 2013 por cobrir a repressão de uma manifestação islâmica no Cairo, foi libertado nesta segunda-feira, informou seu advogado. "Ele saiu às 6h (1h no horário de Brasília) da delegacia de Al Haram (perto da pirâmide de Gizé) e está em sua casa", disse o advogado Taher Abul Nasr. 

Nas primeiras horas desta segunda-feira circularam nas redes sociais fotografias de Shawkan, de 31 anos, sorridente. Em setembro passado ele foi condenado a cinco anos de prisão, tempo que coincidia com o período em que estava preso. No entanto, foi mantido na prisão por vários meses além de sua sentença, pois sua situação não havia sido regularizada pela administração penitenciária. 

Em maio de 2018, o fotojornalista ganhou o prêmio mundial pela liberdade de imprensa da Unesco. Várias ONGs internacionais lutaram incansavelmente para garantir a libertação de Shawkan, denunciando através de seu caso uma atitude repressiva do poder contra a mídia no Egito. Fotos de Shawkan atrás das grades, com as mãos na frente do rosto, fingindo segurar uma câmera, circularam maciçamente nas redes sociais, acompanhadas de pedidos de libertação. 

O fotógrafo foi preso durante uma manifestação no Cairo a favor dos islamistas expulsos do poder, na Praça Rabaa Al Adawiya. Após a repressão destes protestos, numerosos confrontos com a polícia ocorreram durante meses, causando centenas de mortes. 

Mohamed Mursi, eleito em 2012 após as revoltas de 2011 que puseram fim ao regime de Hosni Mubarak, foi derrubado pelo exército após um ano no poder, após protestos maciços contra ele. Eleito presidente em 2014 e reeleito em 2018, Abdel Fattah El-Sissi, ex-chefe das Forças Armadas e arquiteto do golpe contra Mursi, é acusado por organizações humanitárias de instituir um regime apoiado pela repressão.


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