França e Alemanha vão usar satélite e submarino nas buscas por avião da Malásia

França e Alemanha vão usar satélite e submarino nas buscas por avião da Malásia

Decisão foi tomada depois que novas imagens de objetos no Oceano Índico pudessem ser do Boeing

Agência Brasil e AFP

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O governo francês anunciou neste domingo que vai usar novos instrumentos e meios para intensificar as buscas pelo avião da Malaysian Airlines desaparecido há duas semanas. A decisão divulgada por nota do ministério dos Negócios
Estrangeiros foi tomada depois que novas imagens de objetos no Oceano Índico, pudessem pertencer ao avião, foram detectadas por um satélite usado pela França. O governo francês esclareceu que os objetos tinham sido detectados por "ecos de radar".

As imagens captadas revelaram objetos flutuantes em uma zona do Oceano Índico situada a cerca de 2,3 mil quilômetros da cidade australiana de Perth.

O porta-voz do governo francês confirmou que esses primeiros dados foram comunicados imediatamente às autoridades da Malásia, responsáveis pela coordenação da busca. Uma nova operação foi iniciada nos oceanos Índico e Austral para encontrar o avião.

No sábado, a tripulação de uma aeronave civil informou ter visto objetos que podem estar ligados ao avião. Na semana passada, imagens de satélites também detectaram objetos que podem ser destroços do avião.

O Boeing 777 que desapareceu do radar, no dia 8 de março, 40 minutos depois de ter partido de Kuala Lumpur com destino a Pequim, levava 239 pessoas a bordo.

Um grupo de peritos do Instituto Helmoltz de Oceanologia de Kiel, na Alemanha, quer usar um minisubmarino não tripulado para ajudar nas buscas pelo avião. Os cientistas de Kiel explicaram que podem usar o equipamento assim que forem encontrados os primeiros vestígios da aeronave.

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, explicou que ainda não é possível confirmar os indícios, mas que o sinal de que tratam-se de partes do avião malaio é possível pelo fato dos objetos estarem próximos uns dos outros na área de pesquisa australiana, que se estende por 36 mil quilômetros quadrados.

As linhas de investigação
do Boeing 777 desaparecido


As principais questões de onde, como, quem e por que desapareceu o Boeing 777 da Malaysia Airlines com 239 pessoas a bordo continuam sem resposta duas semanas depois, apesar de algumas informações obtidas.

Onde está o avião?
"A questão que interessa a todos é a que não podemos responder. Onde está o avião?". Essa frase se tornou uma espécie de mantra para o ministro malaio dos Transportes, Hishamuddin Hussein, durante suas entrevistas coletivas à imprensa desde o desaparecimento da aeronave.

O destino do avião continua sendo a maior questão não elucidada, e é difícil assumir que um avião do porte do Boeing 777 possa evitar os inúmeros radares civis e militares da região Ásia Pacífico, assim como os satélites.
Os primeiros trabalhos de busca se concentraram no mar da China Meridional, entre a Malásia e o sul do Vietnã, seguindo a trajetória do voo MH370, que fazia a rota Kuala Lumpur-Pequim.

Após a confirmação da mudança de rumo do avião, as buscas foram direcionadas para o Oceano Índico com o estabelecimento de dois corredores: um ao norte, e outro ao sul, até o Oceano Índico.

A maioria dos especialistas aponta para o segundo percurso, já que sobrevoar a China ou as repúblicas centro-asiáticas sem ser detectado seria complicado.

Desde 20 de março, o rastreamento está centrado em uma zona situada 2.500 km a sudoeste da cidade australiana de Perth, não muito longe da Antártica, após a detecção por satélites de objetos flutuando que poderiam ser restos do avião.

Se forem confirmados restos nessa área, a distância percorrida pela aeronave desde a sua decolagem confirmará a ideia de que voou até consumir as reservas de combustível.

O que aconteceu?
A única hipótese descartada é de que uma explosão durante o voo tenha desintegrado o Boeing.
No entanto, são mantidas as teorias de sequestro do avião, de um ato desesperado de um dos pilotos ou de um problema que tenha impossibilitado os pilotos de controlar o avião.

"No momento, não há consenso (...) sobre o que aconteceu", indicou Jonathan Galaviz, da assessoria americana Global Market Advisors.
As autoridades malaias afirmam que os movimentos do avião depois de desaparecer dos radares civis, junto com a desativação dos sistemas de comunicação/localização, apontam para "um ato deliberado" a bordo do Boeing.

Os parentes dos passageiros mantêm a ideia de um sequestro para um local secreto, embora ninguém tenha reivindicado a ação até agora.
Os especialistas não identificaram uma motivação crível que justifique o desvio de um avião de passageiros malaio.

Suspeitos?
A verificação dos antecedentes dos 227 passageiros por seus respectivos países de origem não deu resultado, apesar do temor inicial causado pela presença a bordo de dois iranianos que viajavam com passaportes europeus roubados.
A atenção dos investigadores está concentrada agora no piloto e no copiloto. Os policiais estão com um simulador de voo do comandante, que teve vários dados apagados.
Nenhum elemento material incrimina os dois até o momento.

E agora?
A prioridade é encontrar as caixas-pretas do avião dentro dos 30 dias correspondentes a sua duração estimada.
No entanto, o tempo não está a favor da Malásia e dos outros 25 países que participam das buscas.

"As autoridades sabem que o inverno se aproxima das águas do sul", ressaltou Greg Waldron, da revista especializada Flightglobal. "Isto não ajudará a solucionar as coisas em uma região onde por si só já é complicado efetuar operações de busca", acrescentou.

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