França enfrenta críticas por lentidão na campanha de vacinação contra Covid-19

França enfrenta críticas por lentidão na campanha de vacinação contra Covid-19

Com 500 mil doses disponíveis no país, até 1º de janeiro apenas 516 pessoas haviam sido imunizadas, contra mais de 200 mil na Alemanha, no mesmo período

AFP

Governo vai mudar estratégia para acelerar processo

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O governo francês enfrenta uma série de críticas pela lentidão da campanha de vacinação contra a Covid-19 na comparação com outros países da União Europeia. A Comissão Europeia foi responsável pela compra e distribuição dos imunizantes, mas plano de inoculação contra o coronavírus é responsabilidade das autoridades nacionais. Críticos se fundem de todos os lados para criticar as escolhas do executivo. A França começou a vacinar em 27 de dezembro nas casas de repouso. Mas até 1º de janeiro apenas 516 pessoas haviam sido imunizadas, contra mais de 200 mil na Alemanha, no mesmo período, e quase um milhão no Reino Unido.

"Estão zombando de nós. Hoje é mais complicado se vacinar do que comprar um carro", criticou Jean Rottner, presidente da região Grande Leste, uma das mais afetadas pela pandemia. "Estamos diante de um escândalo de Estado. As coisas devem acelerar", completou o membro do partido de oposição de direita Os Republicanos (LR). 

"Somos alvo de piada no mundo. Fracassaram nas máscaras, nos controles de fronteira (...) e vacinamos 450 pessoas em sete dias. É vergonhoso", disse o vice-presidente do partido de extrema-direita RN, Jordan Bardella. No entanto, a França possui mais de 500 mil doses da vacina da Pfizer/BioNTech, a única autorizada no país até o momento.

Embora o governo tenha assumido até agora o início "prudente", o porta-voz do Executivo, Gabriel Attal, anunciou no domingo uma aceleração com a chegada semanal de vacinas e a transferência das doses para as casas de repouso. Segundo a publicação 'Le Journal du Dimanche', o governo decidiu pisar no acelerador depois que o presidente Emmanuel Macron expressou a vários integrantes de seu gabinete o descontentamento com a lentidão da campanha.

Sobre a vacinação contra a Covid-19 "estamos a um ritmo de passeio em família, o que não está à altura nem do momento nem dos franceses", indicou a publicação, que citou palavras de Macron pronunciadas em reuniões privadas. "Estou em guerra pela manhã, ao meio-dia, à tarde e à noite", disse o presidente francês, que se recuperou recentemente da doença. "Espero o mesmo compromisso de todos. Isto não é suficiente. Deve mudar rápida e fortemente".

A partir desta segunda-feira, todos os profissionais de saúde com mais de 50 anos, bem como os mais jovens com comorbidades, passarão ao grupo de prioridade junto aos residentes de asilos e os idosos e cuidadores frágeis.


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