França “se opõe à assinatura” do acordo UE-Mercosul, diz primeiro-ministro
Comissão Europeia negocia um acordo comercial e político com Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, mas para assiná-lo necessita da aprovação de todos os seus Estados-membros
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A França "se opõe à assinatura" do acordo comercial negociado pela União Europeia com o Mercosul, disse nesta sexta-feira (26) o primeiro-ministro Gabriel Attal, enquanto tenta neutralizar uma onda de protestos de agricultores. "A França se opõe claramente (...) à assinatura do tratado do Mercosul", disse Attal, reiterando que o presidente francês, Emmanuel Macron, "sempre se opôs" a esse acordo.
A Comissão Europeia negocia, em nome dos 27 países da UE, um acordo comercial e político com Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, mas para assiná-lo necessita da aprovação de todos os seus Estados-membros. Este primeiro processo de validação concede, na prática, um veto aos diferentes países, como demonstrado em 2016 pela rejeição durante dias da região belga da Valônia ao acordo entre a UE e o Canadá, conhecido como CETA. As declarações de Attal surgiram durante uma visita a um agricultor em Montastruc-de-Salies, uma cidade no sul da França, onde anunciou uma série de medidas para responder a mais de uma semana de manifestações e bloqueios de estradas.
"Vocês queriam enviar uma mensagem. Vim dizer a vocês que a mensagem foi recebida em alto e bom som e que os ouvi", disse o primeiro-ministro, que manifestou a sua determinação em "proteger" o mundo agrícola. Entre as medidas anunciadas estão a renúncia ao aumento da taxa de diesel para uso agrícola, maior controle das negociações entre agricultores e distribuidores, e auxílios a setores específicos, como a agricultura orgânica, entre outras medidas.
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