Funeral de Thatcher gera aplausos e protestos nas ruas de Londres

Mais de 2,3 mil convidados deram adeus nesta quarta-feira à ex-primeira ministra Margaret Thatcher, figura importante e polêmica da história da política moderna, em um funeral suntuoso na catedral londrina de St. Paul, em Londres. A procissão do caixão com o corpo da ex-premiê pelas ruas do centro da capital foi saudada com aplausos, choro, mas também com vaias e insultos.

Um grupo de manifestantes anti-Thatcher acompanhou o ato com cartazes, faixas e gritos de protesto. Ainda assim, a polícia, que revisou o dispositivo após o atentado de segunda-feira em Boston, nos Estados Unidos, não registrou nenhum incidente.

Dentro da catedral St. Paul, a rainha Elizabeth II, todos os membros do governo britânico e representantes de 170 países estavam presentes no ato. "A tempestade de opiniões contrárias se centra na senhora Thatcher, que virou uma figura simbólica, inclusive em um ismo", disse bispo de Londres, Richard Chartres em referência à palavra thatcherismo.

O custo do funeral, avaliado pela imprensa em até 10 milhões de libras (15,3 milhões de dólares), tem gerado polêmica entre os críticos. Mas o primeiro-ministro David Cameron, herdeiro político de Thatcher, voltou a defender como "apropriado e correto" o funeral cerimonial com honras militares, que teve a pompa de um funeral de Estado, como o de Winston Churchill em 1965. "É um tributo adequado a uma grande primeira-ministra respeitada em todo o mundo", disse.

Margaret Thatcher morreu em 8 de abril aos 87 anos, em consequência de um acidente cardiovascular. A Dama de Ferro será cremada em uma cerimônia privada e as cinzas serão enterradas ao lado do marido, Denis, falecido em 2003 após 50 anos de casamento, nos jardins do Royal Hospital Chelsea de Londres.


Grupo de manifestantes anti-Thatcher ficou de costas para o funeral / Foto: Justin Tallis / AFP / CP