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Furacão Melissa atinge Cuba depois de provocar estragos na Jamaica

Fenômeno já deixou um rastro de 10 mortes confirmadas

Furacão Melissa atingiu o leste de Cuba com ventos máximos de 195 km/h
Furacão Melissa atingiu o leste de Cuba com ventos máximos de 195 km/h Foto : YAMIL LAGE / AFP

O poderoso Furacão Melissa atingiu o leste de Cuba nesta quarta-feira (29) com ventos máximos de 195 km/h, sendo rebaixado para Categoria 3 após perder força em sua passagem pela Jamaica. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) classificou o ciclone como "extremamente perigoso" em sua chegada à ilha caribenha.

Melissa tocou o solo na província de Santiago de Cuba, perto da localidade de Chivirico, por volta das 4h10 de Brasília, informou o NHC, que prevê que o furacão "deve permanecer como um furacão poderoso enquanto se desloca por Cuba".

Rastro de mortes na Jamaica

O ciclone, que horas antes havia se fortalecido brevemente para Categoria 4, já deixou um rastro de 10 mortes confirmadas: três na Jamaica, três no Haiti, três no Panamá e uma na República Dominicana. Sua passagem pela Jamaica foi considerada histórica.

Melissa atingiu a ilha na terça-feira como um furacão de Categoria 5 (máxima), com ventos de até 295 km/h — o mais intenso a afetar o país desde o início dos registros. O primeiro-ministro Andrew Holness declarou a ilha como "zona de desastre", alertando que a infraestrutura local não conseguiria resistir à força do ciclone, que superou a potência de furacões como o Katrina, em 2005.

Alerta de crocodilos

A lentidão da tempestade contribuiu para os danos prolongados na Jamaica, apesar de o furacão ter sido rebaixado para Categoria 3. Moradores relataram perdas de telhados e inundações. Em Kingston, a capital, os danos foram menores, mas há grande preocupação com as zonas rurais.

As autoridades jamaicanas emitiram um alerta adicional à população para o risco de crocodilos em áreas alagadas. A ONU anunciou o envio de cerca de 2.000 kits de emergência à Jamaica a partir de Barbados.

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Mobilização em Cuba

Com a aproximação de Cuba, as autoridades cubanas declararam "estado de alerta" em seis províncias e retiraram 735.000 pessoas de suas residências. Em Santiago de Cuba, agentes da Proteção Civil tentavam resgatar 17 pessoas isoladas em El Cobre após a cheia de um rio.

A previsão de até um metro de chuva, inundações repentinas e deslizamentos de terra também se estende ao Haiti e à República Dominicana, onde as escolas e atividades não essenciais foram suspensas.

Cientistas destacam que a rápida intensificação de Melissa é um sinal das mudanças climáticas induzidas pelo ser humano, que intensificam a frequência e o risco de chuvas extremas. O meteorologista Kerry Emanuel ressaltou à AFP que "a água mata muito mais pessoas do que o vento".