General colombiano admite que militares mataram ex-membro das Farc

General colombiano admite que militares mataram ex-membro das Farc

Soldados tentaram enterrar corpo mutilado, mas foram flagrados por testemunhas

AFP

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Um general do Exército colombiano pediu perdão publicamente após admitir que militares mataram, na segunda-feira passada, membro da Força Alternativa Revolucionária do Comum (antiga Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que participava do processo de paz na Colômbia. O caso gerou neste domingo uma forte crítica dos grupos de oposição, inclusive das Farc, que virou partido político após acordo de paz firmado em 2016 que levou ao desarme de cerca de sete mil combatentes. A oposição exigiu a renúncia do ministro da Defesa, Guillermo Botero, no centro das críticas após divulgar a versão que a vítima teria reagido a uma ação dos militares no departamento de Norte de Santander. 

Os soldados que participaram da ação contra o ex-guerrilheiro tentaram enterrar o corpo dele mutilado, mas moradores da localidade filmaram com celulares e postaram as imagens nas redes sociais, evitando assim que o cadáver fosse ocultado. Até este domingo, a justiça colombiana não havia emitido nenhuma ordem de prisão pelo caso. Pelo menos 128 ex-combatentes das Farc foram assassinados desde a assinatura do acordo de paz em novembro de 2016, indicam dados do governo.

Na terça-feira, as Farcs denunciaram que o Exército tinha matado um de seus membros no nordeste da Colômbia. A morte do veterano Torres Dimar ocorreu segunda-feira no município de Convención, departamento de Norte de Santander, na fronteira com a Venezuela, disse a repórteres o senador e ex-comandante Julian Gallo, também conhecido como Carlos Antonio Lozada. O assassinato "foi perpetrado por uma patrulha do exército nacional", disse o congressista. Segundo Gallo, moradores se deram conta do assassinato e entraram à força ao acampamento militar, onde supostamente encontraram cadáver e "a fossa que se estava cavando" para enterrá-lo. 


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