Giorgia Meloni é encarregada de chefiar governo da Itália

Giorgia Meloni, líder do partido pós-fascista Fratelli d'Italia (Irmãos da Itália), vencedor das eleições legislativas, foi convidada pelo presidente Sergio Mattarella a formar um novo governo - anunciou o secretário-geral da Presidência. Meloni, de 45 anos, aceitou a responsabilidade, tornando-se a primeira mulher a exercer essa função na história do país.

Ela apresentará a composição de seu gabinete nesta sexta-feira. A posse acontece no sábado de manhã, às 5h (horário de Brasília), no Palácio do Quirinal. Giancarlo Giorgetti, ministro do Desenvolvimento Econômico de Mario Draghi, será o ministro da Economia no novo governo italiano, anunciou a primeira-ministra hoje. 

Giorgetti, de 55 anos, é considerado uma figura poderosa, mas discreta, da Liga de Matteo Salvini (extrema direita), da qual é considerado um dos representantes mais moderados e pró-europeus. Meloni conseguiu "desdemonizar" seu partido para chegar ao poder exatamente um século depois de Mussolini. No momento em que a terceira maior economia da zona euro enfrenta, assim como seus vizinhos, uma situação econômica difícil relacionada com a crise energética e com a inflação, sua tarefa se anuncia como difícil. Além disso, ela terá de garantir a unidade de sua coligação que já apresenta fissuras.

Política pró-Otan

Uma política pró-Otan e a favor do apoio à Ucrânia contra a Rússia, Meloni teve de enfrentar esta semana as polêmicas declarações de Berlusconi, que afirmou ter-se "reconectado" com o presidente russo, Vladimir Putin, e culpou Kiev pela guerra. Na quarta-feira, Meloni se sentiu obrigada a corrigir a situação, ressaltando que a Itália faz "plenamente parte, e de cabeça erguida", da Europa e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). 

Oradora de talento e uma cristã conservadora hostil aos direitos LGBT+, que tem como lema "Deus, pátria, família", Meloni prometeu, no entanto, não tocar na lei que autoriza o aborto.