Governo grego enfrenta moção de censura e protestos pelo nome da Macedônia
Acordo histórico deve permitir que país passe a se chamar "República da Macedônia do Norte"
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O acordo é apoiado pela ONU, União Europeia e Otan. Tsipras chamou na sexta-feira o acordo de "vitória de importância histórica para a Grécia". "Demonstramos que onde existe vontade, um conflito antigo, de várias décadas, pode ser solucionado de forma equilibrada", completou. Desde a independência desta ex-república iugoslava em 1991, a questão do nome da Macedônia é tema de controvérsia. A Grécia não tolerava que o país vizinho assumisse o nome de uma de suas províncias, reivindicando a herança dos grandes reis da Macedônia antiga, Filipe II e seu filho, Alexandre, o Grande.
Um protesto está programado para a tarde diante do Parlamento, convocado por um movimento que luta pelo caráter grego da Macedônia. A moção de censura foi apresentada pelo grande partido conservador Nova Democracia, que considera o acordo uma "derrota nacional". "Não vamos dividir os gregos para uni-los (aos macedônios)", afirmou o líder da oposição conservadora no Parlamento de Atenas, Kyriakos Mitsotakis, que busca capitalizar a indignação de setores nacionalistas do eleitorado.
O acordo estabelece que o idioma do país vizinho, embora continue sendo denominado macedônio, "pertence à família das línguas eslavas do sul". O conservador Nova Democracia tinha centrado até agora suas críticas nas supostas concessões de Tsipras ao reconhecer uma nacionalidade e um idioma macedônios. Atenas só reconhecia oficialmente a Antiga República Iugoslava da Macedônia por este acrônimo, ARIM, assim como Berlim ou Paris, enquanto mais de 140 países, inclusive Rússia, Estados Unidos, China e Reino Unido, haviam aceitado "Macedônia". O grande objetivo para a Macedônia é agora obter luz verde na cúpula europeia no fim de junho para empreender negociações de adesão e obter um convite para se unir à Otan na cúpula da Aliança, nos dias 11 e 12 de julho.