Havaí tem pânico e confusão após falso alerta de míssil balístico

Havaí tem pânico e confusão após falso alerta de míssil balístico

Erro aconteceu durante a troca das equipes de trabalho da agência local de situações de emergência

AFP

População do Havaí se assustou com mensagem errada de ataque

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A confusão e o nervosismo se espalharam entre a população do Havaí, após um aviso ser enviado aos celulares alertando para a chegada de míssil balístico, uma ameaça rapidamente desmentida pelas autoridades do arquipélago americano. Neste sábado, pouco após as 8h locais (16h de Brasília), várias pessoas, inclusive a deputada democrata Tulsi Gabbard, anunciaram nas redes sociais terem recebido a mensagem em seus celulares, por meio do sistema de alertas oficiais Amber. "Ameaça de míssil balístico em direção ao Havaí. Busque um abrigo imediato. Isto não é um exercício", dizia a mensagem.

O governador do Havaí, David Ige, e a agência local de situações de emergência (EMA) afirmaram que o arquipélago não estava sob a ameaça de um míssil balístico, em meio a um contexto geopolítico tenso, devido às ameaças de ataque nuclear feitas pela Coreia do Norte contra interesses americanos. Ige disse que o erro tinha acontecido durante a troca das equipes de trabalho do EMA. No teste regular da troca de turno, "alguém apertou o botão errado".

O governador pediu, contudo, para "ter confiança no nosso sistema", indicando que fará o possível para que situações semelhantes não voltem a ocorrer. David Benham, porta-voz do centro de comando militar americano para aquela área do Pacífico, afirmou que não havia detectado ameaça de míssil balístico sobre o Havaí. A Casa Branca afirmou que o presidente Donald Trump foi informado sobre o incidente.



Abrigo no porão

Moradora do Havaí, Alison Teal, disse por e-mail à AFP que quando recebeu o alerta viveu o pior momento de sua vida". "Corri para a minha família e alertei a todos na praia que tinham que fugir. Meu companheiro correu para casa. Todo mundo estava em pânico", contou. Até descobrirem que era apenas um erro, quase uma hora depois, passou-se uma eternidade, segundo ela. Lauren McGowan, de férias na ilha de Maui, onde fica Honolulu, contou à AFP que funcionários do hotel Montage Kapalua Bay lhe pediram que se abrigasse no porão da cafeteria dos empregados.

"Ninguém entrou em pânico, mas foi confuso", com crianças perguntando por que precisavam ir para o porão. Depois de alguns minutos, um dos clientes conseguiu sinal de telefone e avisou que o alerta era falso. "Foi um pouco preocupante, mas não vou deixar que isto estrague minhas férias", disse Lauren. A emissora Hawaii News Now divulgou imagens de estudantes da Universidade do Havaí, em Manoa, bairro de Honolulu, correndo para se refugiar. Um apresentador da meteorologia de Nashville, Jim Jaggers, tuitou uma foto de sua família escondida em um armário. 

Desconfiança

Em entrevista coletiva, o diretor do EMA, Vern Miyagi, pediu desculpas pelo erro e assumiu a responsabilidade pelo incidente. Ele se recusou, contudo, a dizer se o agente que enviou o alerta falso seria punido. "Esse homem se sente mal", disse. "Não fez isso de propósito. O sistema de alertas Amber, usado com regularidade nos Estados Unidos para casos de sequestros, costuma ser criticado por sua pouca confiabilidade.

O alerta falso foi enviado apenas um mês após o Havaí testar seu sistema de sirenes para ataque nuclear. O estado realiza essas simulações - as primeiras do tipo desde a Guerra Fria - mensalmente para testar o sistema de sirenes, disse um funcionário de gestão de emergências à AFP. Nos últimos meses, a Coreia do Norte realizou vários lançamentos de mísseis. Em setembro, fez seu sexto teste nuclear, o mais poderoso até então.

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