História dos EUA está sendo destruída pela remoção de estátuas, diz Trump

História dos EUA está sendo destruída pela remoção de estátuas, diz Trump

Presidente criticou a retirada de monumentos que recordam a era Confederada

AFP

Estátuas que homenageiam confederados foram removidas nos EUA

publicidade

O presidente Donald Trump afirmou nesta quinta-feira que a história e a cultura dos Estados Unidos estão sendo destruídas pela remoção de estátuas que recordam a era Confederada. "Triste ver a história e a cultura de nosso grande país sendo destruídas pela remoção de nossas belas estátuas e monumentos", escreveu Trump no Twitter. "Você não pode mudar a história, mas pode aprender com ela. Robert E Lee, Stonewall Jackson -- quem é o próximo? Washington, Jefferson? Que tolice!".

Trump voltou a criticar imprensa por deturpar suas declarações sobre a violência registrada na cidade de Charlottesville. "O público está vendo (mais uma vez) como as 'Fake News' são desonestas. Elas deturpam totalmente o que eu disse sobre ódio, preconceito etc. Que vergonha!", postou o presidente no Twitter. U

ma série de violências resultou na morte de uma mulher atropelada por um suposto neonazista durante confrontos entre supremacistas brancos e militantes antirrascismo na cidade de Charlottesville, Virgínia, no sábado. Políticos tanto do Partido Democrata como Republicano criticaram a resposta inicial de Trump, que ele condenou a violência nos dois lados, e a consideram inadequada.

Na segunda, ele classificou os movimentos neonazistas da Klu Klux Klan como "repugnantes", mas, na terça, retornou à sua posição inicial e disse que os dois lados eram responsáveis pela violência do final de semana. A dúbia condenação de Trump à extrema-direita racista desatou uma tempestade de críticas dentro e fora dos Estados Unidos.

O presidente também foi alvo de colegas de partido, os senadores Lindsey Graham, da Carolina do Sul, e Jeff Flake, do Arizona. "Lindsey Graham, em busca de publicidade, afirmou falsamente que eu disse que há uma equivalência moral entre o KKK, neonazistas e supremacistas brancos... e pessoas como a senhora Heyer", afirmou Trump no Twitter. Heather Heyer, 32 anos, foi morta no sábado, em Charlottesville, quando um supremacista branco atropelou intencionalmente um grupo de pessoas que protestava contra a passeata da extrema-direita. "Isso é uma mentira nojenta", atacou. "Ele não pode esquecer de sua derrota eleitoral. O povo da Carolina do Sul vai se lembrar!", acrescentou Trump.

O presidente aparentemente se referia à derrota de Graham nas primárias presidenciais do ano passado. Graham afirmou que Trump "deu um passo atrás ao sugerir que havia uma equivalência moral entre supremacistas brancos neonazistas e membros da KKK que participaram da passeata de Charlottesville e pessoas como Heyer". Trump também não poupou Flake, um dos poucos republicanos abertamente críticos ao presidente. "É ótimo ver que o dr. Kelli Ward está disputando de novo contra Jeff Flake, que é FRACO nas fronteiras, no crime e desnecessário no Senado. Ele é um lixo!", tuitou Trump.

Flake, que está disputando a reeleição, escreveu na quarta: "Não podemos dar desculpas para supremacistas brancos e atos de terrorismo doméstico. Devemos condenar. Ponto". "Não podemos proclamar ser do partido de Lincoln se não condenarmos a supremacia branca", tuitou ainda.

Abraham Lincoln, o presidente americano que libertou os escravos e derrotou a confederação sulista na Guerra Civil de 1861-1865, era um proeminente republicano e é um das das figuras mais reverenciadas na política americana. Até os ex-presidentes republicanos George H.W. Bush e George W. Bush, em um comunicado conjunto pouco comum, pediram aos americanos que "repudiem o racismo, o antissemitismo e o ódio em todas as suas formas". E o antecessor democrata de Trump, Barack Obama, postou uma mensagem que, em pouco tempo, superou a marca histórica dos três milhões de compartilhamentos no Twitter. Ele citou Nelson Mandela: "ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou sua origem, ou sua religião".

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895