Homem dá tapa no presidente francês durante visita ao sudeste do país

Homem dá tapa no presidente francês durante visita ao sudeste do país

Agressão ocorre em contexto cada vez mais tenso à medida que as eleições presidenciais de 2022 se aproximam

AFP

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Um homem deu um tapa no presidente francês Emmanuel Macron durante uma visita nesta terça-feira (8) à cidade de Tain-l'Hermitage (sudeste). O gesto foi condenado pela classe política de um país cada vez mais tenso à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 2022.

De acordo com as imagens de um vídeo postado no Twitter, Macron se aproxima de um grupo de pessoas e fala com um homem, que agarra seu antebraço e parece dar um tapa nele. A equipe do presidente evocou "uma tentativa de agressão".

No mesmo vídeo, pouco antes do incidente, é possível ouvir grito de guerra monarquista "Montjoie Saint Denis!" e também "Abaixo a macronia!". Dois homens de 28 anos, sem antecedentes criminais, foram presos, informou o promotor Alex Perrin, que garantiu que suas motivações são desconhecidas no momento.

"Por volta das 13h15 (8h15 de Brasília), o presidente entrou em seu carro após uma visita a uma escola secundária e saiu porque as pessoas presentes o chamavam. Ele foi em direção a elas e nesse momento ocorreu o incidente", explicou a prefeitura do Drôme. O homem que tentou agredir o presidente e outro indivíduo estão sendo interrogados pela brigada da gendarmaria de Tain-L'Hermitage", disse, sem dar informação sobre a identidade da dupla.

O chefe de Estado, que iniciou na quarta-feira um giro pelo país depois de um ano de crise de saúde e faltando um ano para as próximas eleições presidenciais, continuou com a visita, indicaram fontes da presidência.

 

Reações aos Ataques

As reações da classe política não tardaram a chegar. O primeiro-ministro Jean Castex tomou a palavra na Assembleia Nacional para condenar a tentativa de agressão. "A política não pode ser a violência, a agressão verbal e menos ainda a agressão física", disse Castex.

Os líderes da oposição também condenaram o ataque."É inadmissível agredir fisicamente o presidente da República, os líderes políticos, mas ainda mais o presidente", declarou Marine Le Pen, candidata de extrema direita à presidência. Por sua vez o candidato presidencial de esquerda, Jean-Luc Mélenchon, "Me solidarizo com o presidente", disse em sua conta no Twitter.

Mélenchon provocou polêmica por comentários considerados conspiratórios e vinculando o terrorismo às eleições, sugerindo que os atentados beneficiavam os políticos. Essas declarações indignaram as famílias das vítimas e a classe política, mesmo da esquerda. O candidato denunciou uma "manipulação" de suas palavras e tentou desviar a atenção para um vídeo de um 'youtuber' - posteriormente removido - que simula o assassinato de um membro de seu partido.

Minutos antes de ser agredido, Emmanuel Macron apelou a "que todos respeitem e se acalmem para não enfraquecer a democracia". Este incidente ocorre em um clima cada vez mais tenso na França, onde os insultos e ataques verbais se multiplicam.

No entanto, ataques físicos a presidentes são raros na França. O mais sério nas últimas décadas remonta a 2002, quando um militante de extrema direita tentou matar Jacques Chirac a tiros durante a parada militar em 14 de julho.


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