Iêmen: EUA atacam de novo e Houthis prometem vingança

Iêmen: EUA atacam de novo e Houthis prometem vingança

Na manhã deste sábado, os EUA atacaram uma instalação de radar controlada pelos Houthis

Estadão Conteúdo

Rebeldes Houthis responderam aos ataques de sexta-feira dizendo que não causaram danos significativos

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Os Estados Unidos realizaram uma nova rodada de ataques no Iêmen, um dia depois de as forças lideradas pelo país terem lançado ataques navais e aéreos contra pelo menos 28 alvos controlados pelos rebeldes Houthis. Na manhã deste sábado, 13, horário do Iêmen, os EUA atacaram uma instalação de radar controlada pelos Houthis como parte de um esforço 'para degradar a capacidade dos Houthis de atacar navios, incluindo navios comerciais' no Mar Vermelho, disse o Comando Central dos EUA, que supervisiona as operações do país no Oriente Médio.

Os rebeldes Houthis responderam aos ataques de sexta-feira dizendo que não causaram danos significativos e que o grupo não se intimidaria em lançar mais ataques contra alvos norte-americanos e internacionais na região. Os ataques e as promessas de retaliação são os mais recentes sinais de que o conflito resultante da guerra Israel-Hamas em Gaza está se espalhando pelo Oriente Médio, com o Mar Vermelho como um novo ponto de conflito entre Washington e vários grupos apoiados pelo Irã.

'Todos os interesses americanos e britânicos tornaram-se alvos legítimos das forças armadas iemenitas em resposta à agressão', afirmou em comunicado o Conselho Político Supremo dos Houthis, que controlam a capital do Iêmen, Sanaa, e partes do território. Um porta-voz Houthi, Mohammed Abdul Salam, disse que mais ataques no Mar Vermelho eram iminentes: 'Isso não vai nos deter'. Os ataques, principalmente às rotas marítimas, continuarão em solidariedade com Gaza após a invasão de Israel, acrescentou.

Os ataques, conduzidos pelas forças dos EUA e do Reino Unido e apoiados por Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda, visaram sistemas de radar e de defesa aérea, bem como locais de armazenamento e lançamento dos mísseis de cruzeiro e balísticos dos Houthis, de acordo com o Comando Central dos EUA.

Os Houthis disseram que as forças lideradas pelos EUA conduziram 73 ataques que mataram cinco e feriram seis militantes, mas que os danos à sua infraestrutura foram limitados. Os Houthis, um movimento político e uma milícia cuja ideologia faz parte da ramificação Zaidi do Islã Xiita, têm travado uma disputa prolongada com o governo iemenita internacionalmente reconhecido.

Inicialmente, lançaram ataques contra Israel após o início da sua ofensiva em Gaza. Depois de não terem conseguido penetrar nos sistemas de defesa aérea de Israel, voltaram-se para outros alvos, principalmente rotas marítimas internacionais, incluindo aquelas que entravam e saíam do Canal de Suez.

Na sexta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse: 'garantimos que responderemos aos Houthis se eles continuarem com este comportamento ultrajante'. Um alto funcionário militar dos EUA disse a jornalistas que os ataques foram significativos. Alguns observadores, no entanto, duvidaram da capacidade de degradar significativamente as capacidades Houthi.

Um cessar-fogo efetivo desde 2022 entre os Houthis e a Arábia Saudita, que apoia o governo deposto do Iêmen, permitiu ao grupo armazenar mísseis e munições. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que Moscou condenou os ataques, chamando-os de imprudentes e aventureiros. O Ministério das Relações Exteriores do Iraque criticou os ataques e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que eram desproporcionais.


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