Imigrantes mexicanos lutam contra deportações nos Estados Unidos

Imigrantes mexicanos lutam contra deportações nos Estados Unidos

Yolanda Varona criou a organização "Dreamers Moms" que luta contra expulsões que "separam famílias"

AFP

Imigrantes mexicanos lutam contra deportações nos Estados Unidos

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Yolanda Varona, líder da organização "Dreamers Moms", deixou os filhos nos Estados Unidos quando foi deportada para o México há seis anos. Autoridades descobriram que a mãe vivia na Califónia há 17 anos com o visto vencido. De volta a Tijuana, ela fundou uma organização que luta contra deportações que Varona diz "que separam famílias". São as mesmas expulsões que Donald Trump prometeu intensificar caso seja eleito presidente dos EUA em novembro, após uma campanha carregada de discursos contra a imigração mexicana.

"Nem todos os mexicanos são ladrões ou estupradores. Nossos filhos, a maioria deles, nasceram nos Estados Unidos e a cultura deles é totalmente americana. Eles não querem ir ao México e é algo que com o tempo vai trazer repercussões muito graves para o país se eles não pararem com essas deportações", diz Yolanda.



Cerca de 15% dos 207 mil mexicanos deportados em 2015 deram adeus ao sonho americano através do Posto de Fronteira de Tijuana. Milhões foram enviados de volta durante governos passados e atual. Para muitos, voltar ao México é mais um desafio do que um retorno ao lar.

Rodolfo Figueroa, delegado do Instituto de Imigração da Baixa Califórnia, diz que "pode ser uma experiência devastadora, principalmente para aqueles que estão há bastante tempo vivendo nos Estados Unidos. Em alguns casos, eles têm parentes ou filhos que já são americanos e que por alguma razão ou outra não puderam regularizar sua situação nos EUA. Essas pessoas são arrancadas de suas rotinas e entregues as autoridades mexicanas."

Aqueles que passaram a maior parte das suas vidas no Norte da fronteira sentem que estão sendo mandados para um país que nunca conheceram. Cerca da metade dos imigrantes deportados possuem antecedentes criminais, segundo a Secretaria Nacional dos Estados Unidos, o que significa que achar um emprego também é uma luta. callcenters costumam ser uma tábua de salvação para essas pessoas, como Gabriel, que passou 18 anos atrás das grades nos Estados Unidos e depois foi deportado para o México, um país que não via desde os sete anos.

Donald Trump que será confirmado como candidato republicano à presidência na próxima semana, prometeu construir um muro maior na fronteira mexicana para evitar a imigração ilegal. Mas para os deportados, esse muro já é grande o suficiente para dividir famílias.

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