Imprensa internacional exalta beleza e sensualidade das obras de Niemeyer
Jornal The New York Times chamou arquiteto de precursor de uma nova de geração
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• Obra jamais será repetida, diz arquiteto
• Niemeyer estava acompanhado da família no momento da morte
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As agências internacionais de notícias Reuter, BBC e Bloomberg deram informações desde ontem à noite sobre a morte de Niemeyer. Ambas destacaram as obras do arquiteto, a construção de Brasília e as características peculiares do seu estilo. Em praticamente todas as reportagens havia fotos de Niemeyer e imagens de Brasília.
Nos Estados Unidos, os jornais The New York Times e The Washington Post, além de vários veículos regionais, como o Miami Herald, publicaram em destaque a morte de Niemeyer. O The New York Times chamou o arquiteto de precursor de uma nova geração que deu vazão à sensualidade e à liberdade de imaginação com fotos da Catedral de Brasília e uma aérea da cidade.
O jornal Washington Post classificou Niemeyer de o “mais famoso arquiteto da América Latina”. No Reino Unido, os jornais The Guardian e Financial Times, de veiculação nacional, publicaram a notícia da morte do arquiteto destacando detalhes da sua personalidade.
The Financial Times lembrou que Niemeyer era comunista e ressaltou sua síntese sobre a vida: “A vida é um suspiro, um minuto. Nós nascemos, nós morremos”. O The Guardian publicou uma fotografia de Niemeyer jovem e destacou que ele foi o responsável por mudar o estilo da arquitetura do século 20.
Arquiteto da sensualidade
Para o Le Monde, um dos principais jornais da França, Niemeyer era o “arquiteto da sensualidade”. Na reportagem, há duas fotografias: uma do arquiteto olhando a paisagem do Rio de Janeiro pela janela e a outra do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidenta da República, Dilma Rousseff. Segundo a matéria jornalística, Niemeyer revolucionou a arquitetura.
A Xinhua, agência estatal de notícias da China, publicou uma reportagem longa copilando várias informações sobre o arquiteto. Também ressaltou a nota de pesar da presidente Dilma Rousseff. A emissora Al Jazeera, uma das principais do mundo árabe, definiu Niemeyer como o “arquiteto futurista” e lembrou seu legado com mais de 400 obras espalhadas pelo mundo.
Niemeyer é destaque em Portugal
O site do jornal Público, de Lisboa, informou que morreu “o último grande arquiteto do século 20”. Já o site do Diário de Notícias lembra que Niemeyer era “o mais importante arquiteto brasileiro” e “também um dos nomes mais influentes da arquitetura moderna em nível mundial”. A agência de notícias Lusa também faz reverência e diz que “o arquiteto brasileiro deixou mais de 600 obras em todo o mundo, sendo considerado um ícone da arquitetura moderna”.
Em Portugal, há apenas uma grande obra de Oscar Niemeyer – três edifícios (hotel, casino e centro de convenções) que fazem parte de um complexo turístico do Funchal, na Ilha da Madeira. Os edifícios foram projetados pelo brasileiro em 1966, quando estava exilado em Paris, e concluídos uma década depois – dois anos após a Revolução dos Cravos.
Em 2001, foi publicado em Portugal o livro O Nosso Niemeyer, sobre a obra do Funchal. O livro, que inclui a biografia do brasileiro, foi escrito por Carlos Oliveira Santos, professor da Faculdade de Arquitetura de Lisboa.
No ano passado, Oscar Niemeyer projetou o Museu de Arte Contemporânea de Ponta Delgada para a Ilha de São Miguel, nos Açores. Com Portugal em recessão econômica, não há previsão de quando a obra poderá ser executada. Para Lisboa, o arquiteto ainda desenhou a futura sede da Fundação Luso-Brasileira, que também ainda não foi construída.
A passagem dos 100 anos de Niemeyer, em 2007, foi registrada pela imprensa lusitana e comemorada com a exposição Brasília 50 Anos, Niemeyer 100 Anos, em Cascais (próximo a Lisboa). Como muitos brasileiros, Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares tinha ascendência portuguesa. Ao blog da Embaixada de Portugal, o arquiteto contou que em toda a vida sempre se sentiu “mais Ribeiro de Almeida”, referindo-se ao avô materno de origem lusitana.