Inventor dinamarquês que matou jornalista sueca é condenado à prisão perpétua
Homem naufragou o próprio submarino após estuprar e matar Kim Wall
publicidade
O caso ganhou as manchetes e é único na história judicial dinamarquesa devido às circunstância, um crime realizado em um submarino, e pela personalidade de seus protagonistas: um inventor renomado, criador de foguetes e submergíveis, e uma jovem jornalista que pretendia entrevistá-lo.
Em outubro, Peter Madsen confessou que esquartejou e lançou ao mar o corpo da vítima, mas negou tê-la matado intencionalmente. Até então, Madsen, de 46 anos, negava ter mutilado o cadáver e assegurava que a jornalista havia morrido acidentalmente, depois que uma escotilha de 70 quilos teria caído sobre a sua cabeça. A necropsia não permitiu determinar as causas da morte de Kim Wall.
As partes do corpo da vítima foram encontradas em diferentes lugares da Baía de Køge, que separa a Dinamarca da Suécia. "O homicídio pode ter acontecido por degolamento ou estrangulamento", afirmou a Procuradoria. O procurador Kakob Buch-Jepsen pediu que a imprensa seja cuidadosa ao publicar as informações mais sensíveis "deste caso de rara violência, com consequências trágicas para Kim Wall e seus parentes".
Em 10 de agosto, Madsen embarcou com Wall no "UC3 Nautilus", submarino que ele mesmo projetou e construiu. A jornalista queria fazer o perfil deste engenheiro autodidata obcecado pela conquista do mar e do espaço. Madsen foi socorrido no dia 11 de agosto pela manhã, antes do naufrágio de sua embarcação, que admitiu ter afundado intencionalmente.
No dia seguinte, as autoridades emergiram o "Nautilus", que foi rebocado até Copenhague para fazer investigações em seu interior. Depois de uma intensa busca no mar, o tronco decapitado e esquartejado de Kim Wall foi encontrado em 21 de agosto por um ciclista na Baía de Køge. No início de outubro, a Polícia anunciou ter encontrado a cabeça e as pernas da jornalista nas mesmas águas.
A acusação sustenta que Madsen matou Kim Wall com o objetivo de satisfazer uma fantasia sexual, para depois mutilar seu corpo. No disco rígido do computador de seu laboratório foram encontrados filmes "fetichistas" em que mulheres são torturadas, decapitadas e queimadas.