Irã pede "atos concretos" para salvar acordo nuclear

Irã pede "atos concretos" para salvar acordo nuclear

Ministro das Relações Exteriores do país rejeitou a oferta de diálogo apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

AFP

Mohammad Javad Zarif viajou para China nesta sexta onde discutirá com seu colega Wang Yi o futuro do acordo nuclear

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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, pediu nesta sexta-feira (17) à comunidade internacional que realize "atos concretos" para salvar o acordo nuclear. Depois de passar pelo Japão na quinta-feira (16), Mohammad Javad Zarif viajou para China nesta sexta onde discutirá com seu colega Wang Yi o futuro do acordo nuclear, do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente há pouco mais de um ano.

Na quinta-feira, Zarif rejeitou a oferta de diálogo apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para acabar com as crescentes tensões entre os dois países. "As relações econômicas do Irã devem ser normalizadas, isso é algo ressaltado claramente" no acordo assinado em Viena em 2015, declarou o chefe da diplomacia iraniana, segundo um vídeo publicado pelo seu ministério.

"Se a comunidade internacional e os outros países signatários do acordo, assim como nossos amigos como a China e a Rússia, quiserem manter essa percepção, devem garantir, por meio de atos concretos, que os iranianos usufruam dos benefícios" do texto, que prevê o levantamento gradual das sanções econômicas impostas a Teerã, apontou o chanceler. 

A China é um dos maiores importadores de petróleo iraniano.  Com a Alemanha, França, Grã-Bretanha e Rússia, o governo chinês é um dos parceiros restantes do Irã no acordo nuclear após a retirada dos Estados Unidos.

No final de abril, Pequim "expressou firme oposição à implementação de sanções unilaterais por parte dos Estados Unidos" visando a compra de petróleo iraniano pela China.

Poucos dias antes, o presidente americano Donald Trump anunciou o fim, neste mês de maio, das isenções que ainda permitiam que oito mercados (China, Índia, Turquia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Itália e Grécia) importassem petróleo bruto iraniano sem se exporem às sanções extraterritoriais americanas contra o Irã. Washington tem aumentado a pressão sobre Teerã desde o início de maio, reforçando ostensivamente sua presença militar no Golfo.

Diante desta campanha de "pressão máxima" da administração Trump, o Irã espera continuar vendendo seu petróleo para seus principais clientes, notadamente a China, e não esconde sua intenção de se valer de meios para contornar as sanções americanas para fazê-lo.


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