Irlanda critica UE por interferência em sua política fiscal no caso Apple

Irlanda critica UE por interferência em sua política fiscal no caso Apple

Empresa terá que devolver 13 bilhões de euros por interferir na soberania fiscal nacional

AFP

Empresa terá que devolver 13 bilhões de euros por interferir na soberania fiscal nacional

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A Irlanda criticou nesta segunda-feira a decisão da Comissão Europeia de impor a Apple a devolução a Dublin de 13 bilhões de euros em vantagens fiscais, alegando que o organismo ultrapassou suas atribuições. "A Comissão ultrapassou suas competências e interferiu na soberania fiscal nacional", afirma o Departamento de Finanças da Irlanda em um documento de três páginas com seus argumentos.

"A Comissão não tem a competência, segundo as regras em termos de ajudas públicas, para substituir de maneira unilateral, por seu próprio ponto de vista, sobre a extensão geográfica da política fiscal de um Estado membro, a do Estado em si", completa.

No fim de agosto, a Comissão Europeia solicitou que a Apple devolva a Irlanda a quantia recorde de 13 bilhões de euros a título de "vantagens fiscais indevidas". A Irlanda tem uma taxa de impostos para as empresas muito reduzida, de 12,5%. A Apple se beneficiou, de acordo com a Comissão, de um imposto sobre os lucros europeus de apenas 1% em 2003, que cai a 0,005% em 2014.

Assim que Bruxelas anunciou a decisão de impor a Dublin que reclamasse a devolução, o governo irlandês anunciou a decisão de apelar. "A Comissão tenta reescrever o direito irlandês que regulamenta as empresas", destacou o governo.

A Apple é uma empresa muito importante na Irlanda, onde tem quase 6 mil funcionários na cidade de Cork. Dublin teme que se a Apple devolver as vantagens fiscais, o dinheiro nos cofres estatais pode não compensar o dano na economia, que seria menos atrativa para os investidores estrangeiros.

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