Israel revela importantes descobertas da época do Segundo Templo

Israel revela importantes descobertas da época do Segundo Templo

Construções subterrâneas foram usadas há mais de 2 mil anos pelas elites da época

AFP

Arqueólogos israelenses revelaram construções subterrâneas que datam do período do Segundo Templo

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Arqueólogos israelenses revelaram, nesta quinta-feira, construções subterrâneas que datam do período do Segundo Templo, localizadas na Cidade Velha de Jerusalém e usadas há mais de 2.000 anos pelas elites da época. Um luxuoso saguão, partes do qual já haviam sido revelados pela Autoridade Israelense das Antiguidades (AIA), inclui uma fonte sofisticada e que provavelmente era usado para banquetes e outras reuniões ou para hospedar dignitários estrangeiros.

"É um edifício realmente magnífico, um dos edifícios públicos mais esplêndidos que conhecemos datando do período do Segundo Templo", explicou à AFP Shlomit Weksler Bdolah, arqueólogo da AIA.

O Segundo Templo judeu foi construído no século VI a.C. e destruído pelos romanos em 70 d.C. O Muro das Lamentações é o único vestígio do que era um muro de contenção do Segundo Templo.

Acima do Muro está o Monte do Templo, o lugar mais sagrado do Judaísmo, chamado de santuário nobre pelos muçulmanos, para quem representa o terceiro lugar sagrado mais importante e onde está localizada a Mesquita de Al-Aqsa. O local está em Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel.

Na época do Templo, o salão de banquetes - revelado nesta quinta-feira - era dividido em vários segmentos, onde foram cavados "banhos rituais muito impressionantes", segundo Weksler Bdolah. Ele aponta que ainda é difícil compreender a cronologia e as motivações para a construção.

De acordo com as escavações, o local não estava mais em uso no século VII, quando o período muçulmano começou. A partir desse período, os habitantes de Jerusalém vivem no nível da rua, alguns metros acima do saguão subterrâneo.

As peças recém-descobertas, caracterizadas pela sofisticação, mostram até que ponto os soberanos de Jerusalém estavam interessados em deixar sua marca na cidade, principalmente na área próxima ao Monte do Templo. Segundo o arqueólogo, é possível comparar essas construções à Jerusalém moderna. "Todos os que a governam querem hastear uma bandeira, criar um novo projeto, fazer alguma coisa. Se não, é como se não existisse", frisou à AFP.

O saguão faz parte dos túneis subterrâneos adjacentes ao Muro das Lamentações. Em 1996, a abertura desses túneis ao público desencadeou confrontos violentos entre as forças de segurança israelenses e palestinos, resultando em mais de 80 mortes. Os palestinos alegaram que os túneis ameaçavam as fundações do complexo adjacente à mesquita Al-Aqsa.


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