Jihadista sobrevivente dos ataques a Paris participa de acareação

Jihadista sobrevivente dos ataques a Paris participa de acareação

Salah Abdeslam se recusou a falar sobre seu envolvimento nos atentados

AFP

Ataques de terroristas fizeram 130 vítimas fatais em 2015

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Salah Abdeslam, o único membro ainda vivo dos comandos jihadistas dos ataques de 13 de novembro de 2015 na França, falou nesta sexta-feira pela primeira vez diante de um juiz, durante uma acareação com um suspeito de tê-lo ajudado em sua fuga. Confrontado a Ali Oulkadi, colega de seu irmão Brahim, que morreu nos ataques de 13 de novembro, Salah Abdeslam disse que "nunca pediu" a ajuda desse suspeito, de acordo com uma fonte próxima ao caso.

Em silêncio desde a sua transferência da Bélgica para a França em abril de 2016, ele se recusou a falar sobre seu próprio envolvimento nos ataques. Na manhã de 14 de novembro, Salah Abdeslam, que foi levado a Bruxelas por dois amigos, Mohamed Amri e Hamza Attou, juntou-se a Ali Oulkadi em um café na capital belga. Os investigadores acreditam que Oulkadi não poderia ignorar os preparativos dos ataques, enquanto seu DNA foi encontrado no apartamento de um dos "conspiradores" da célula franco-belga que serviu para a confecção dos cintos explosivos em Schaerbeek.

Durante a acariação, Salah Abdeslam, de 28 anos, disse que Oulkadi nunca entrou nesse apartamento e que nunca pediu sua ajuda na fuga, de acordo com a fonte próxima ao caso. No dia 14 de novembro, "ele não podia saber que eu era o número um inimigo", disse o principal suspeito dos ataques que mataram 130 em Paris e Saint-Denis, de acordo com esta fonte.

Salah Abdeslam foi tirado de sua cela na manhã desta sexta-feira para a acareação que durou um pouco mais de uma hora, de acordo com fontes concordantes. Ainda há muitas dúvidas sobre o papel exato de Salah Abdeslam. As investigações mostram que ele deixou os três suicidas que atacaram o Stade de France, ao norte de Paris, a noite dos ataques, antes de abandonar um cinto explosivo, sugerindo que ele também deveria ter realizado um ataque suicida. Próximo do belgo-marroquino Abdelhamid Abaaoud, suposto organizador dos ataques, ele também tinha um papel logístico, alugando veículos e esconderijos na região de Paris.

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