Jornais críticos a Chávez sofrem censura sobre violência na Venezuela
Decisão visa não "alterar o bem-estar psicológico de crianças e adolescentes" no país, que teve 16 mil assassinatos em 2009
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Pela decisão, os jornais "devem se abster de publicar imagens violentas, sangrentas, grotescas (...) que atentem contra a integridade psíquica e moral das crianças", assinalou o tribunal. Esta "ação de proteção" terá "um lapso de um mês, a contar da presente data", destaca o 12º Tribunal de Caracas.
O mesmo tribunal já havia proibido hoje os jornais El Nacional e Tal Cual, ambos críticos do governo de Hugo Chávez, de publicar fotos ou informações sobre a violência no país. "O jornal El Nacional está proibido de publicar imagens, informações e publicidade, de qualquer tipo, com violência, armas, mensagens de terror e agressões físicas, ou qualquer informação sobre conteúdos de guerra e mensagens que possam alterar o bem-estar psicológico de crianças e adolescentes."
O Tal Cual havia reproduzido a foto do El Nacional, tirada em dezembro do ano passado. Em Caracas há em média 50 mortes violentas a cada final de semana e em 2009 a Venezuela registrou 16 mil assassinatos, se tornando o país o mais violento da região.
A decisão da Justiça foi provocada pela Procuradoria venezuelana, que alegou que as fotos "violentam os direitos" das crianças.
O jornal Tal Cual disse que a medida é apenas "censura". "Censuram o jornal impedindo que publique imagens de fatos". El Nacional e Tal Cual são jornais de circulação nacional que criticam abertamente o governo do presidente Hugo Chávez.