Jornalista pede demissão após coluna de Musk em apoio à extrema direita alemã

Jornalista pede demissão após coluna de Musk em apoio à extrema direita alemã

Declarações de musk foram contestadas pelo novo editor-chefe do Die Welt, Jan Philipp Burgard

AFP
Declarações de musk foram contestadas pelo novo editor-chefe do Die Welt, Jan Philipp Burgard

Declarações de musk foram contestadas pelo novo editor-chefe do Die Welt, Jan Philipp Burgard

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Um artigo de opinião de Elon Musk publicado neste sábado (28) pelo jornal alemão Welt am Sonntag, no qual o bilionário americano reafirma e justifica seu apoio ao partido de extrema direita AfD, provocou a renúncia de uma de suas chefes de redação.

'Hoje foi publicado um texto de Elon Musk no Welt am Sonntag. Ontem, apresentei meu pedido de demissão após a impressão' desta edição dominical do Die Welt, declarou Eva Marie Kogel, chefe de conteúdos editoriais, em uma mensagem divulgada no X, rede social de propriedade de Musk.

Na coluna, o bilionário afirma que o Alternativa para a Alemanha (AfD) é 'o último raio de esperança para este país', que, segundo ele, está 'à beira do colapso econômico e cultural'.

Musk, que se tornou um colaborador próximo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou a 'política de imigração controlada' do partido, assim como seus objetivos econômicos de 'redução de impostos' e 'desregulamentação do mercado'. Também rebateu a classificação da AfD como extrema direita, apontando que sua líder, Alice Weidel, 'tem uma parceira do mesmo sexo do Sri Lanka'.

As declarações de Musk, atualmente o homem mais rico do mundo, foram contestadas pelo novo editor-chefe do Die Welt, Jan Philipp Burgard, que comentou: 'Até mesmo um gênio pode cometer erros'. O AfD 'representa um perigo para nossos valores e nossa economia', disse o jornalista, destacando que outro líder do partido, Björn Höcke, 'foi condenado várias vezes por usar um slogan nazista proibido'.

A publicação das opiniões divergentes entre o magnata da tecnologia e o editor-chefe foi precedida por uma polêmica publicação de Musk no X em 20 de dezembro, na qual ele afirmou que 'somente a AfD pode salvar a Alemanha'.

A mensagem gerou controvérsia em um país que está em plena campanha para as eleições antecipadas de fevereiro. De acordo com as pesquisas, a AfD tem cerca de 19% das intenções de voto.

A Associação de Jornalistas Alemães (DJV) criticou a 'propaganda eleitoral' permitida pela redação do Die Welt. 'Os meios de comunicação alemães não devem permitir que sejam manipulados como porta-vozes de autocratas e seus aliados', declarou seu dirigente, Mika Beuster.O Die Welt pertence ao grupo de mídia Axel Springer, o mais influente da Alemanha, que também inclui o tabloide Bild, o mais lido do país.


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