Julgamento do caso Madeleine McCann é adiado; juíza é criticada por post sobre Bolsonaro

Julgamento do caso Madeleine McCann é adiado; juíza é criticada por post sobre Bolsonaro

Tribunal adiou audiência para a próxima sexta-feira, 23, por objeções da defesa sobre a imparcialidade do julgamento

Estadão Conteúdo

Madeleine McCann desapareceu em 2007 em Portugal

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A Justiça da Alemanha adiou, nesta sexta-feira, 16, pouco após o início da sessão, o julgamento, por vários crimes sexuais, do homem que é também o principal suspeito do caso Madeleine McCann, a menina britânica que desapareceu em 2007 em Portugal. O tribunal decidiu interromper a audiência e adiá-la para a próxima sexta-feira, 23, por objeções da defesa sobre a imparcialidade do julgamento.

Christian Brückner, um alemão de 47 anos, enfrenta três acusações de estupro e duas de abuso sexual de crianças no julgamento realizado no tribunal distrital de Braunschweig, no norte da Alemanha. O suspeito não foi acusado no caso McCann, no qual está sendo investigado por suspeita de homicídio. A defesa do suspeito, o advogado Friedrich Fülscher, levantou dúvidas sobre a imparcialidade de uma juíza assessora não profissional, psicoterapeuta infantil que defende os interesses das crianças.

Segundo a defesa, sua profissão colocaria em dúvida a sua objetividade. A defesa de Brückner afirmou ainda que a juíza pediu anteriormente, em publicações no X, o assassinato do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os promotores se juntaram à objeção. O processo suscita expectativas, já que o acusado não comparece a uma audiência pública desde que foi indicado em junho de 2020 como principal suspeito pelo "caso Maddie".

Isso representou um ponto de virada na investigação internacional com várias reviravoltas, pistas e hipóteses falsas. Maddie desapareceu em 2007, pouco antes de completar quatro anos, na Praia da Luz, turística localidade do Algarve, extremo-sul de Portugal. Brückner não foi formalmente acusado do desaparecimento da menina, mas foi a investigação do caso que o levou ao julgamento por crimes sexuais, disse Christian Wolters, porta-voz da promotoria de Brunswick.

Estupros, agressão sexual, exibicionismo

O acusado cumpre atualmente uma pena de sete anos de prisão na Alemanha por estuprar, em 2005, uma americana, então com 72 anos, na Praia da Luz, a mesma localidade onde a família de Madeleine McCann passava férias. O tribunal de Brunswick examinará várias acusações de crimes sexuais contra ele, entre eles, três estupros.

Suas supostas vítimas foram a idosa, amarrada e espancada em seu apartamento de veraneio; uma menina de 14 anos, que ele amordaçou em um pilar de madeira na casa dela, e uma irlandesa de 20 anos, cuja casa ele invadiu pela varanda. Também é acusado de abusar sexualmente de uma alemã de 10 anos em uma praia, em abril de 2007, meses antes do desaparecimento de Maddie, e exibicionismo a uma menina portuguesa de 11 anos.

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A relação com o caso Maddie

Brückner passou muitos anos em Portugal, incluindo o centro turístico de Praia da Luz, mais ou menos na época do desaparecimento de Madeleine em 2007. Ele negou qualquer envolvimento no desaparecimento. Entre as provas que a acusação apresentará estão depoimentos de testemunhas e cadernos apreendidos na casa do suspeito, disse Christian Wolters. Essas notas manuscritas e esboços dão uma ideia das "fantasias sexuais" do acusado, disse ele.

A polícia portuguesa realizou buscas em maio de 2023 perto de um reservatório de água no sul do país, um local que Brückner "tinha conexão". Novos "elementos" foram encontrados, disse a promotoria de Brunswick, embora "ainda seja muito cedo" para determinar se estão ligados ao desaparecimento da menina. Os promotores alemães afirmam ter "provas concretas" da morte de Madeleine.


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