Justiça anula proibição de entrada de venezuelanos sem passaporte no Peru

Justiça anula proibição de entrada de venezuelanos sem passaporte no Peru

Juíza também determinou que seja elaborado um plano estratégico de acolhida aos imigrantes

EFE

Governo peruana fechou a fronteira para venezuelanos sem passaporte no dia 25 de agosto

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A Justiça do Peru decidiu nesta sexta-feira anular uma medida adotada pelo governo local para proibir que venezuelanos entrassem no país sem passaporte. A juíza Celia San Martín, do Quinto Tribunal Penal de Lima, considerou que a medida violava o direito de ir e vir dos venezuelanos. Além disso, ela determinou que o governo elabore em até 30 dias um plano estratégico para lidar com a chegada dos venezuelanos e garantir que eles tenham seus direitos respeitados.

O governo fechou a fronteira para venezuelanos sem passaporte no dia 25 de agosto. A medida reduziu a entrada de refugiados no país de 3 mil para 1,3 mil por dia, segundo informados divulgadas pela Superintendência Nacional de Migrações do Peru.

A juíza acatou um recurso apresentado pela Coordenadora Nacional de Direitos Humanos, que considerou a medida como discriminatória. A decisão recomenda que o governo local siga permitindo entrada no país de pessoas sem passaporte por razões humanitárias ou em situação de vulnerabilidade, o que já ocorria quando no caso de idosos, crianças, mulheres grávidas, doentes e famílias que já tinham algum parente vivendo no Peru.

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A magistrada seguiu a decisão tomada pela Justiça do Equador há algumas semanas para também anular uma proibição similar. O ministro do Interior do Peru, Mauro Medina, afirma que a medida tinha como objetivo apenas controlar melhor o fluxo migratório. Para o governo local, o documento de identidade da Venezuela não tem dados suficientes sobre a pessoa que o porta.

O Peru é o segundo país que mais recebeu venezuelanos devido à crise enfrentada pelo país. Mais de 450 mil pessoas deixaram a Venezuela em direção ao território peruano.

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