Justiça da Dinamarca pede perpétua para cientista que matou jornalista em submarino

Justiça da Dinamarca pede perpétua para cientista que matou jornalista em submarino

Acusação sustenta que Madsen assassinou Kim Wall com o objetivo de satisfazer uma fantasia sexual

AFP

Dinamarca pede prisão perpétua para cientista que matou jornalista em submarino

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A promotoria dinamarquesa pediu nesta segunda-feira a prisão perpétua para Peter Madsen, julgado pelo assassinato, em agosto de 2017, dentro de seu submarino, da jornalista sueca Kim Wall, cujo corpo foi encontrado no mar, mutilado e esquartejado.

O veredicto pode ser conhecido na quarta-feira neste julgamento único na história judicial dinamarquesa devido às circunstância, um crime em um submarino, e pela personalidade de seus protagonistas: um inventor renomado em seu país, criador de foguetes e submergíveis, e uma jovem jornalista de 30 anos que ia entrevistá-lo.

Em outubro, Peter Madsen acabou por confessar que esquartejou e lançou ao mar o corpo da vítima, mas negou tê-la matado intencionalmente.

Até então, Madsen, de 46 anos, negava ter mutilado o cadáver e assegurava que a jornalista havia morrido acidentalmente, depois que uma escotilha de 70 quilos teria caído sobre a sua cabeça. Ele está sendo julgado por assassinato, profanação de cadáver e agressão sexual.

A necropsia não permitiu determinar as causas da morte de Kim Wall. As partes do corpo da vítima foram encontradas em diferentes lugares da Baía de Køge, que separa a Dinamarca da Suécia. "O homicídio pode ter acontecido por degolamento ou estrangulamento", afirma a Procuradoria, que no julgamento alegará premeditação para o crime.

O procurador Kakob Buch-Jepsen pediu que a imprensa seja cuidadosa ao publicar as informações mais sensíveis "deste caso de rara violência, com consequências trágicas para Kim Wall e seus parentes". Em 10 de agosto, Madsen embarcou com Wall no "UC3 Nautilus", submarino que ele mesmo projetou e construiu. A jornalista queria fazer o perfil deste engenheiro autodidata obcecado pela conquista do mar e do espaço.

Madsen foi socorrido no dia 11 de agosto pela manhã, antes do naufrágio de sua embarcação, que admitiu ter afundado intencionalmente. No dia seguinte, as autoridades emergiram o "Nautilus", que foi rebocado até Copenhague para fazer investigações em seu interior. Depois de uma intensa busca no mar, o tronco decapitado e amputado de Kim Wall foi encontrado em 21 de agosto por um ciclista na Baía de Køge.

No início de outubro, a Polícia anunciou ter encontrado a cabeça e as pernas da jornalista nas mesmas águas. A acusação sustenta que Madsen matou Kim Wall com o objetivo de satisfazer uma fantasia sexual, para depois mutilar seu corpo. No disco rígido do computador de seu laboratório foram encontrados filmes "fetichistas" em que mulheres "reais" são torturadas, decapitadas e queimadas.

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