Justiça francesa coloca líder histórico da extrema-direita sob tutela familiar

Justiça francesa coloca líder histórico da extrema-direita sob tutela familiar

Decisão transforma as três filhas de Le Pen em suas representantes

AFP

Justiça francesa colocou o histórico líder da extrema-direita Jean-Marie Le Pen, de 95 anos, sob tutela familiar

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A Justiça francesa colocou o histórico líder da extrema-direita Jean-Marie Le Pen, de 95 anos, sob tutela familiar, uma medida que pode comprometer a sua participação em um julgamento contra ele previsto para setembro, informaram diversas fontes nesta quarta-feira.

Jean-Marie Le Pen, fundador do partido Frente Nacional em 1972, foi colocado "sob um regime de proteção legal", disse o vice-presidente do partido "Rassemblement National" (RN, Reunião Nacional), Louis Aliot, à emissora de rádio RMC.

Um tribunal de Puteaux, ao oeste de Paris, ativou o dispositivo civil, comparável a uma tutela, a pedido da família e após um exame médico que constatou sua incapacidade. O advogado de Le Pen, François Wagner, confirmou à AFP a adoção da medida.

A decisão transforma as três filhas de Le Pen - a atual líder da extrema-direita Marine Le Pen e suas irmãs Marie-Caroline e Yann - em suas representantes, o que permite diversas gestões em nome do pai.

Segundo várias fontes, a saúde de Jean-Marie Le Pen piorou após um problema cardíaco em abril de 2023.

As dúvidas envolvem agora a sua capacidade de comparecer ao julgamento programado para o final de setembro sobre o suposto desvio de fundos públicos europeus quando era eurodeputado.

"Penso que o tribunal terá de determinar que ele não pode comparecer, prestar depoimento ou participar neste julgamento", disse Aliot, que também é acusado neste caso ao lado de Marine Le Pen, entre outros réus.

A líder da extrema-direita herdou em 2011 o partido de seu pai, conhecido pelos comentários racistas e que provocou um grande choque na França quando avançou ao segundo turno da eleição presidencial de 2002.Em 2017 e 2022, Marine Le Pen, que tenta suavizar a imagem do partido, passou ao segundo turno das eleições presidenciais. Ela foi derrotada nas duas ocasiões por Emmanuel Macron.


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