Justiça japonesa absolve ex-diretores do operador da central nuclear de Fukushima

Justiça japonesa absolve ex-diretores do operador da central nuclear de Fukushima

Eles foram condenados, em uma ação civil, a papar um indenização de US$ 100 bilhões

AFP

Ativistas em frente ao Tribunal pediam punição aos responsáveis

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A Justiça japonesa confirmou, nesta quarta-feira (18), a absolvição de três ex-diretores do operador da central nuclear de Fukushima, isentando-os mais uma vez da acusação de negligência pela catástrofe de 2011. A decisão foi informada, na frente do Supremo Tribunal de Tóquio, por ativistas e simpatizantes das vítimas do pior acidente nuclear do mundo, depois do ocorrido em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

Vários ativistas, entre eles Etsuko Kudo, ex-morador da região de Fukushima, reuniram-se do lado de fora do tribunal para manifestar sua indignação. "Como explicar esta sentença para as crianças de Fukushima que tanto sofreram?", disse Kudo, de 68 anos, à AFP. "É incrível que pessoas responsáveis por um desastre dessa magnitude possam sair impunes, sem serem consideradas criminalmente responsáveis", acrescentou.

Em setembro de 2019, o tribunal de primeira instância de Tóquio absolveu o ex-presidente do conselho de administração da Tepco, Tsunehisa Katsumata, de 82 anos, e os ex-vice-presidentes Sakae Muto, de 72, e Ichiro Takekuro, de 76, da acusação de negligência. Segundo os demandantes, que recorreram da decisão, os três réus deveriam ter fechado a central de Fukushima Daiichi muito antes da catástrofe. Únicos acusados criminalmente pela tragédia, os três ex-executivos da Tepco poderiam enfrentar até cinco anos de prisão.

Os três ex-diretores e um quarto ex-funcionário foram condenados no verão passado em uma ação civil iniciada pelos acionistas do grupo a pagar uma indenização recorde de 13,3 trilhões de ienes (pouco mais de US$ 100 bilhões). Três dos seis reatores da central nuclear de Fukushima estavam em funcionamento quando um grande terremoto submarino provocou um devastador tsunami em 11 de março de 2011. Eles se fundiram depois que seus sistemas de resfriamento falharam, quando as ondas inundaram os geradores de reserva. O tsunami de 2011 deixou 18.500 mortos e desaparecidos.

 

 


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