O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, visitou um navio de guerra de seu país e fez um discurso de exortação contra as nações adversárias, informou a agência estatal KCNA nesta segunda-feira (6). Kim Jong-un inspecionou o destróier Choe Hyon, um contratorpedeiro de 5 mil toneladas, e declarou que a embarcação deve estar pronta para "punir as provocações do inimigo".
A visita, que ocorreu no domingo (5), faz parte da campanha de Kim Jong-un para expandir e modernizar a força naval do país. O líder afirmou que o navio de guerra "é uma demonstração clara do desenvolvimento das forças armadas" e que as "formidáveis capacidades de nossa marinha devem ser exercidas no vasto oceano para dissuadir ou neutralizar e punir totalmente as provocações do inimigo contra a soberania do Estado".
Desenvolvimento naval e suspeita de ajuda russa
O Choe Hyon é um dos dois contratorpedeiros de 5 mil toneladas que a Coreia do Norte lançou neste ano. Kim Jong-un já se comprometeu a construir um terceiro navio do mesmo tipo até outubro de 2026 para reforçar as capacidades navais do país.
Segundo o exército sul-coreano, o desenvolvimento do destróier pode ter contado com assistência russa. Essa possível ajuda seria uma retribuição ao envio de milhares de tropas norte-coreanas para apoiar Moscou na guerra contra a Ucrânia. A visita de Kim Jong-un surge após ele ter anunciado a mobilização de "meios especiais" contra o vizinho do sul, embora não tenha especificado a natureza desses meios.
- Líder norte-coreano aberto a dialogar com os EUA se Washington retirar pedido de desnuclearização
- Kim Jong Un supervisiona teste de drones e demanda desenvolvimento de IA
Tensão na Península Coreana
A Coreia do Norte mantém uma postura de alta confrontação com seus vizinhos e os Estados Unidos. Cerca de 28.500 soldados norte-americanos estão estacionados na Coreia do Sul para fazer frente às ameaças militares de Pyongyang.
Em setembro, as forças armadas dos EUA realizaram um exercício militar conjunto com os aliados sul-coreanos e japoneses. A Coreia do Norte denuncia regularmente esses exercícios, classificando-os como ensaios para uma invasão, enquanto os aliados insistem no caráter defensivo das manobras.