Líbia registra primeira morte por coronavírus e ONU alerta para colapso do sistema de saúde

Líbia registra primeira morte por coronavírus e ONU alerta para colapso do sistema de saúde

País vive em situação de guerra desde a queda do regime Muammar Khadafi, em 2011

AFP

Dados oficiais locais apontam que país possui dez casos confirmados da doença

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A Líbia registrou sua primeira morte pelo novo coronavírus, o que pode piorar a situação deste país em guerra, segundo as Nações Unidas, que teme que seu sistema de saúde já debilitado entre em colapso. A vítima é uma mulher de 85 anos, cuja infecção foi diagnosticada após sua morte, anunciou o Centro Nacional de Combate contra as Doenças, que não ofereceu mais detalhes.

O país registrou oficialmente dez casos de Covid-19, segundo o Governo da União Nacional (GNA), que é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e controla somente o oeste do país, incluindo a capital Trípoli. Por outro lado, no leste e sul do país, amplamente controlados pelas forças do general Khalifa Haftar, rival do GNA, nenhum caso foi relatado.

A Líbia, onde as milícias armadas se enfrentam pelo poder, vive no caos desde a queda do regime de Muammar Khadafi, em 2011. Em 4 de abril de 2019, o marechal Haftar lançou uma ofensiva para conquistar Trípoli, a sede do governo central.

Em Genebra, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou contra a deterioração da situação humanitária e sanitária no país com a intensificação dos combates nos últimos dias no sul da capital, o que se soma à propagação da Covid-19. "O atual conflito afetou gravemente o sistema e os serviços de saúde que contam com recursos financeiros limitados e precisam enfrentar a falta de equipamentos básicos e de medicamentos", alertou Babar Baloch, porta-voz do ACNUR. 

Muitos hospitais localizados próximo às zonas de combate foram danificados ou fechados. O ACNUR também pediu a liberação dos solicitantes de asilo e refugiados, "particularmente vulneráveis e expostos (ao contágio), devido à superlotação, às instalações sanitárias improvisadas e aos serviços de saúde limitados".

Centenas de solicitantes de asilo e refugiados, candidatos à imigração clandestina na Europa, estão detidos pelas autoridades líbias.


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