Líderes independentistas catalães detidos levam caso à ONU

Líderes independentistas catalães detidos levam caso à ONU

Jordi Cuixart e Jordi Sánchez estão presos por protesto diante de dependências do governo catalão

AFP

Jordi Cuixart e Jordi Sánchez estão presos por protesto diante de dependências do governo catalão

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Os advogados de três líderes independentistas catalães anunciaram nesta quinta-feira em Londres que apelaram contra sua detenção ao Grupo de Trabalho sobre a Detenção Arbitrária da ONU, cujas decisões não são vinculantes. Deste modo se busca "a reafirmação da ONU de que os governos não podem reprimir a dissidência política por meio da detenção arbitrária", disse Ben Emmerson, advogado de dois dirigentes de associações independentistas, Jordi Cuixart e Jordi Sánchez, e de Oriol Junqueras, ex-vice-presidente do governo catalão.

"A Espanha deve libertar estes homens", completou Emmerson, famoso advogado de direitos humanos que integra a equipe de defesa dos três independentistas. Este advogado britânico liderou os esforços pela investigação do caso do assassinato em Londres, com polônio, do ex-espião russo Andrei Litvinenko, representando sua esposa Marina. "A detenção pela Espanha é uma afronta aos direitos humanos, elaborada para evitar que cumpram com seu papel de representantes políticos do povo catalão", completou.  

Sánchez e Cuixart estão presos desde meados de outubro por um protesto diante de dependências do governo catalão que eram revistadas pela polícia. Durante a manifestação, veículos das forças de segurança foram danificados.  Junqueras foi preso no início de novembro após a proclamação unilateral de independência do Parlamento catalão, que não chegou a ser concretizada e na qual a justiça atribuiu a ele um papel chave como vice-presidente regional.

O Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU (WGAD, na sigla em inglês) tem sede em Genebra e é formado por especialistas independentes em direitos humanos. O WGAD decidiu que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, estava detido de modo ilegal na embaixada equatoriana em Londres. Os governos britânico e sueco, envolvidos na resolução de Assange, criticaram a decisão.

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