O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a soberania da Venezuela em um momento de escalada de tensões e autorização de ações dos Estados Unidos no país vizinho. Em discurso no 16º Congresso do PCdoB, em Brasília, Lula afirmou que a população venezuelana é dona do próprio destino e que presidentes estrangeiros não devem interferir.
"O Brasil nunca vai ser a Venezuela e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba", afirmou o presidente.
A "Onda Rosa" e a relação com Hugo Chávez
Lula relembrou a boa convivência com líderes progressistas sul-americanos durante seus dois primeiros mandatos, classificando a época, conhecida como "onda rosa", como o "melhor momento político, ideológico e social da região". Ele citou nominalmente sua relação com Hugo Chávez, além de líderes como Cristina e Néstor Kirchner (Argentina), Michelle Bachelet (Chile), Tabaré Vázquez e Pepe Mujica (Uruguai), Fernando Lugo (Paraguai) e Evo Morales (Bolívia).
Ataques dos EUA e ameaças de Trump
A defesa de Lula ocorre logo após uma série de ações americanas na região. Na terça-feira (14), os Estados Unidos atacaram um barco no Caribe que, segundo o presidente Donald Trump, carregava drogas. Seis pessoas morreram na ação. Trump justificou o ataque dizendo que a inteligência havia "confirmado que o barco estava contrabandeando drogas, estava associado a redes narcoterroristas ilícitas".
Na quarta-feira (15), Trump elevou a ameaça, afirmando que considera a possibilidade de atacar em terra cartéis de droga que operam na Venezuela. O líder americano também confirmou uma reportagem do New York Times que revelou a autorização de operações da CIA contra Caracas.
Disposição para 2026
Aproveitando a solenidade, Lula também abordou a política brasileira, afirmando ter disposição para disputar mais cinco eleições. O presidente indicou que "muito provavelmente" será candidato em 2026.
"Se eu decidisse ser candidato, obviamente a direção dos partidos que verem, se eu decidisse ser candidato, não é para disputar só, é para a gente ganhar essas eleições", declarou.