Luta de 6 horas por vida de Shinzo Abe tem várias transfusões e equipe cirúrgica de 20 pessoas

Luta de 6 horas por vida de Shinzo Abe tem várias transfusões e equipe cirúrgica de 20 pessoas

Ex-primeiro-ministro do Japão tinha duas marcas de tiros e um deles atingiu o coração

Correio do Povo

Político foi baleado duas vezes na região do pescoço

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Uma equipe médica de proporções inéditas tentou salvar a vida do ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, informou a agência de notícias Japan Times. Após ele ser baleado, na manhã desta sexta-feira em Nara, uma equipe de cerca de 20 médicos e enfermeiros esteve na sala de cirurgia do Hospital da Universidade Médica de Nara durante quatro horas de procedimentos.

Segundo relato das equipes de resgate, Abe já estava inconsciente ao ser transportado de helicóptero para o hospital, na localidade de Kashiahara. O político foi baleado às 11h30min e deu entrada na sala de cirurgia às 12h20min.

Ainda conforme o boletim de atendimento, Abe já estava em parada cardiorrespiratória e diversas tentativas de reanimação foram feitas. O ex-premier tinha dois ferimentos de tiro na região do pescoço e um dos projéteis atingiu seu coração.

Apesar da gravidade dos ferimentos, diversas transfusões de sangue foram feitas, na tentativa de manter Abe vivo e recuperar seus sinais vitais. Às 17h, contudo, foi declarada a morte pelo cirurgião-chefe Hidetada Fukushima.

Político histórico

Assassinado aos 67 anos nesta sexta-feira, Shinzo Abe foi o primeiro-ministro que por mais tempo ocupou o cargo no Japão. Conhecido por sua política de grandes estímulos fiscais, ele liderou o governo do país asiático em duas ocasiões. Primeiro, de 2006 a 2007, quando renunciou após pouco mais de um ano de mandato por pressão popular, falta de apoio no Parlamento e questões de saúde. Depois, de 2012 a 2020, quando a saúde o levou a novamente abandonar o posto.

Ao assumir o cargo pela segunda vez, em 2012, Abe se deparou com um Japão que acabara de passar por um dos episódios mais dramáticos de sua história, o terremoto e o acidente nuclear de Fukushima, em 2011. Ele ajudou o país a se reconstruir após a catástrofe, que vitimou mais de 18 mil pessoas.

No Brasil, o ex-primeiro-ministro se notabilizou por se apresentar com uma fantasia do personagem Mario, da Nintendo, durante o encerramento das Olimpíadas do Rio, em 2016. Naquela ocasião, ele estava à frente das preparações para os Jogos de Tóquio, que ocorreriam em 2020, mas foram adiados por conta da pandemia.


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