México e Uruguai levarão à ONU propostas de diálogo na Venezuela
Anúncio foi feito pelo chanceler venezuelano, Jorge Arreaza
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“Existem propostas concretas para facilitar novos processos de diálogo por parte dos governos de Andrés Manuel López Obrador e Tabaré Vásquez, assim como de representantes da Comunidade do Caribe, que se reunirão nas próximas horas com Guterres”, disse Arreaza à imprensa. Esses emissários transmitirão a ele uma “mensagem de diálogo” para “buscar com a Venezuela não o golpe de Estado, não o ataque, não a violação ao direito internacional”, assegurou o ministro.
Na quinta-feira passada, Guterres advogou por um diálogo para “evitar uma escalada que nos levaria a um tipo de conflito que poderia ser um desastre para o povo da Venezuela e para a região”.
A crise venezuelana se agravou após a autoproclamação, na quarta-feira, como presidente interino do chefe do Parlamento – de maioria opositora –, Juan Guaidó, reconhecida pelos Estados Unidos e por vários países da América Latina, entre eles Argentina, Brasil e Colômbia. Anteriormente, o Legislativo havia declarado o presidente Nicolás Maduro “usurpador”.
México e Uruguai, que não reconheceram Guaidó, planejam uma negociação após quatro tentativas frustradas desde 2014.
Em meio às tensões foram registrados protestos e distúrbios que deixaram 35 mortos e 850 detidos na última semana.
“Os demais governos desrespeitam a sua Constituição e o presidente López Obrador a respeita, faz o que é devido”, expressou Arreaza, celebrando o que chamou uma posição “não entreguista” aos interesses de Washington.
Na sexta-feira passada, Maduro se declarou disposto a se reunir com Guaidó, mas o líder parlamentar garantiu que não se prestará a “um falso diálogo”.
“Maduro está disposto a dialogar. Se for dentro de 15 minutos, nos reuniremos. Se for amanhã, nos reuniremos. Se for na semana que vem, nos reuniremos”, insistiu Arreaza nesta segunda-feira, reiterando os apelos a um encontro entre o presidente socialista e seu contraparte americano, Donald Trump.
O governo venezuelano e a oposição empreenderam quatro negociações frustradas, a última entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018 na República Dominicana, que fracassou entre acusações mútuas de descumprimento de acordos.