Macron compara protestos na França com invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília
Categorias anunciaram greve e franceses foram às ruas para se manifestar contra a reforma da Previdência promovida pelo presidente francês
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O presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira a entrada em vigor da impopular reforma da Previdência até o fim do ano, em um momento de intensificação dos protestos contra o projeto do governo. "Não vamos tolerar nenhum transbordamento", alertou Macron, chamando esses manifestantes de "sediciosos" e comparando-os aos que invadiram o Capitólio nos Estados Unidos em 2021 e as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em janeiro deste ano.
No dia anterior, em reunião com os legisladores de seu partido, o presidente já alertou que a "multidão" e os "distúrbios" não tinham "legitimidade" sobre os representantes do povo, declarações criticadas inclusive por aliados.
"Esta reforma é necessária. Não me faz feliz. Teria preferido não fazê-la", declarou o presidente liberal em uma entrevista aos canais TF1 e France 2, na qual reconheceu a "impopularidade" da medida.
As forças de segurança estão na mira devido às centenas de prisões realizadas desde quinta-feira, que na grande maioria dos casos resultam em libertações sem acusação, e devido aos métodos usados para controlar os protestos.
A Anistia Internacional alertou nesta quarta para o "uso excessivo e generalizado da força" e para "prisões arbitrárias", preocupações já manifestadas pela oposição de esquerda, advogados, magistrados e até pela Defensoria do Povo. O ministro da Justiça, Eric Dupond-Moretti, pediu firmeza aos promotores e uma "resposta criminal sistemática e rápida" contra os manifestantes detidos.