Macron endurece tom sobre imigração na França

Macron endurece tom sobre imigração na França

Presidente advertiu que não se pode ser leniente em relação ao tema

AFP

Macron afirmou que governo francês deve ser mais rigoroso em relação à imigração

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O presidente da França, Emmanuel Macron, endureceu o tom em relação à imigração, argumentando que, para impedir que os eleitores se desviem para a extrema direita, o governo deve pôr um fim à sua abordagem pouco rigorosa em relação ao tema. "Ao dizer que somos humanistas, às vezes somos muito lenientes", afirmou na noite de segunda-feira em um discurso diante de deputados e senadores de seu partido, afirmando que as redes de contrabando de pessoas e indivíduos que manipulam o sistema abusam das leis de asilo da França.

"As rendas nunca foram tão baixas na Europa, e os pedidos de asilo nunca foram tão altos na França", disse ele, 15 dias após um debate parlamentar sobre imigração na França, programado entre 30 de setembro e 2 de outubro. "Não temos o direito de não fazer nada frente a este tema", enfatizou. "Se não o confrontarmos, sofreremos com ele", advertiu.

Poucos meses após as eleições municipais de março, o presidente pediu que seu partido não seja um "partido burguês" que ignora a opinião das classes trabalhadoras seduzidas pela extrema direita.

Acampamento

Nesta terça, a polícia francesa começou a desmantelar um grande acampamento de migrantes no norte do país, onde mais de 1 mil pessoas viviam, em cumprimento a uma decisão judicial. O local começou a se estabelecer em dezembro de 2018, quando o prefeito de Grande-Synthe (norte) abriu de forma provisória um ginásio para abrigar famílias de migrantes e protegê-las do frio intenso. A maioria era procedente do Curdistão iraquiano. O número de pessoas que começou a se instalar no ginásio e em seus arredores cresceu, sobretudo utilizando barracas para viver.

Em 4 de setembro, um tribunal francês ordenou que o ginásio fosse fechado, atendendo assim aos pedidos das autoridades locais e dos moradores da região, que se queixavam de violência, sujeira e tráfico de drogas. As autoridades francesas impedem que grupos de migrantes formem acampamentos desde o desmantelamento, em 2016, de uma imensa zona de migrantes na região de Calais, no norte, chamada de "Selva". Esta política do governo foi criticada por grupos de defesa dos direitos humanos. 


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