Maduro diz estar disposto a convocar eleição legislativa, mas não presidencial

Maduro diz estar disposto a convocar eleição legislativa, mas não presidencial

Líder bolivariano afirmou que está aberto a diálogo com oposição para superar crise na Venezuela

AFP

Maduro declarou que não está aberto a novas eleições presidenciais

publicidade

Em meio a crise que assola a Venezuela, o presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou que é favorável a eleições legislativas antecipadas e a um diálogo com a oposição para superar a situação no país, mas rejeitou a ideia de antecipar as eleições presidenciais, em declarações à agência de notícia russa RIA Novosti.

• Venezuela prende 77 crianças em manifestações contra Maduro

Maduro disse ainda que está "disposto a discutir pessoalmente com Donald Trump, em público, nos Estados Unidos, na Venezuela, onde quiser, com qualquer programa" de debate. "Seria muito bom organizar eleições legislativas antes, seria uma boa forma de discussão política, uma boa solução através do voto popular", declarou Maduro na entrevista.

Em seguida, destacou que "as eleições presidenciais aconteceram há menos de um ano, há dez meses". "Não aceitamos ultimatos de ninguém no mundo, não aceitamos a chantagem. As eleições presidenciais aconteceram na Venezuela e se os imperialistas querem novas eleições que esperem até 2025", completou Maduro.

"Estou disposto a comparecer à mesa de negociações com a oposição, para falar, pelo bem da Venezuela, pela paz e o futuro", declarou Maduro em outro momento da entrevista.

• Leia mais sobre a crise na Venezuela

Questionado sobre uma possível mediação internacional, o presidente venezuelano afirmou que há "vários governos e organizações no mundo sinceramente preocupados" e que deseja que "apoiem o diálogo" eventual com a oposição. Ao falar sobre um possível encontro com o presidente americano, Maduro disse que é "complicado atualmente" porque o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, "proibiu Trump de iniciar o diálogo".

Maduro expressou o reconhecimento ao presidente russo Vladimir Putin, que apoia o governo venezuelano. A Venezuela recebe a cada mês armamento russo, "o mais moderno do mundo", como parte dos acordos vigentes, destacou Nicolás Maduro.

Apesar da situação econômica do país, a Venezuela continua pagando suas dívidas pontualmente a China e Rússia, seus principais credores, disse Maduro. "A Venezuela paga, sempre no prazo", disse.

A oposição venezuelana convocou protestos para esta quarta-feira com o objetivo de pedir aos militares que apoiem o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, que tem o respaldo dos Estados Unidos e de vários países latino-americanos e europeus.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895