Manifestantes e opositores se enfrentam em Hong Kong
Grupos exigem renúncia do chefe do Executivo, Leung Chun-ying
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As principais avenidas da cidade permaneciam bloqueadas nesta sexta-feira e vários bairros da ex-colônia britânica estavam paralisados após cinco dias de protestos. Alguns manifestantes também enfrentaram a polícia diante da sede do governo local, onde se reuniram para exigir a renúncia do chefe do Executivo, Leung Chun-ying, que acusam de ser uma marionete de Pequim.
Pequim afirmou nesta sexta-feira que as autoridades não farão qualquer concessão aos militantes pró-democracia de Hong Kong, acrescentando que a causa dos manifestantes está "condenada ao fracasso".
As exigências de sufrágio universal "não são legais nem razoáveis", advertiu o Diário do Povo, órgão do Partido Comunista, em um editorial de tom alarmista. O movimento foi deflagrado após a decisão de Pequim, anunciada em agosto, de aplicar o sufrágio universal na eleição do chefe do Executivo de Hong Kong em 2017, mas com um controle sobre as candidaturas.
Interferência chinesa
Os manifestantes denunciam interferências de Pequim, exigem o sufrágio universal sem condições e não aceitam que nas eleições de 2017 as autoridades chinesas mantenham o controle sobre os candidatos ao cargo de chefe de Governo local.
"Fazer respeitar a decisão" do comitê permanente da Assembleia Nacional Popular (Parlamento) é "uma decisão necessária e a única possível", destaca o órgão oficial do PC. As manifestações "contrariam os princípios legais e estão condenadas ao fracasso".
Os ativistas pró-democracia exigem a renúncia do chefe do Executivo, Leung Chun-ying. Caso a exigência não seja atendida, eles ameaçam intensificar o movimento. O governo de Hong Kong pediu, por sua vez, que os manifestantes se dispersem pacificamente o mais rápido possível, uma vez que os protestos "tiveram um impacto sério na cidade".
Este pedido, que tem o tom de uma advertência, e a movimentação policial, principalmente com a chegada de muitas caixas de balas de borracha, intensificaram a tensão. O governo do Japão afirmou nesta sexta-feira que deseja a manutenção de um sistema "livre e aberto" em Hong Kong, uma declaração que não deve ser bem recebida por Pequim.
"O Japão espera com força a manutenção do sistema livre e aberto de Hong Kong, pelo princípio 'um país, dois sistemas', que permitiria ao Japão preservar a estreita relação com Hong Kong", declarou o secretário-geral do governo, Yoshihide Suga. Ele destacou sobretudo as importantes relações econômicas com Hong Kong, "cujo futuro tem grande interesse" para Tóquio.