Mundo

Marchas em apoio aos palestinos reúnem centenas de milhares de pessoas na Europa

Em Roma, multidão tomou as ruas pelo quarto dia consecutivo

Organização fala que mais de um milhão de pessoas foram às ruas
Organização fala que mais de um milhão de pessoas foram às ruas Foto : FILIPPO MONTEFORTE / AFP /CP

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas, neste sábado (4), em toda a Europa, para exigir o fim imediato do conflito na Faixa de Gaza e a libertação dos ativistas detidos a bordo de uma flotilha humanitária interceptada por Israel enquanto tentava levar ajuda ao território palestino.

"Todos somos palestinos", "Palestina livre", "Parem o genocídio", repetiam os manifestantes em Roma, onde uma multidão tomou as ruas pelo quarto dia consecutivo, após a interceptação da flotilha de 45 embarcações, nesta semana. Os organizadores anunciaram um milhão de manifestantes. A polícia italiana informou à AFP que os participantes foram 250.000.

Em Barcelona, cerca de 70 mil manifestantes, segundo a polícia, percorreram a cidade em um clima de paz, em um dos protestos que ocorreram na Espanha. Já em Dublin, milhares de pessoas saíram em passeata no centro da capital para lembrar o que os organizadores chamaram de "dois anos de genocídio" na Faixa de Gaza.

Irlanda e Espanha estão entre os países europeus mais críticos da ofensiva militar israelense, lançada em resposta aos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023.

Em Paris, onde se reuniram cerca de 10.000 pessoas, Helene Coron, porta-voz do contingente francês da Global Sumud, afirmou à multidão: "Não pararemos nunca!"

Na Itália, o governo de direita é alvo de críticas por falta de ação. A premier Giorgia Meloni acusou hoje os manifestantes de vandalizarem uma estátua do papa João Paulo II em frente à estação central de Roma: "Dizem se manifestar pela paz, mas insultam a memória de um homem que foi um verdadeiro defensor e construtor da paz."

"A política de Israel está errada há muitos anos, e temos que ir às ruas", disse à AFP a aposentada Marta Carranza, 65, que participou da manifestação em Barcelona.

Em Madri, 92.000 pessoas foram às ruas, segundo a Delegação do Governo na cidade. "Somos nós, aqueles cujas vidas não correm risco, que temos que lutar por aqueles que estão realmente sofrendo", disse à AFPTV o estudante Marcos Pagadizabal, 19, que participou da passeata.

Veja Também

Acordando

Cerca de 50 espanhóis estão entre os integrantes da flotilha detidos em Israel, informou hoje o chanceler da Espanha, José Manuel Albares, em entrevista à TV pública. Os organizadores da flotilha descreveram a ação israelense como ilegal, e alegaram que os barcos navegavam em águas internacionais.

"Era de se esperar que viesse muita gente hoje, porque há muita mobilização, e as pessoas estão acordando", disse em Barcelona o professor de escola primária Jordi Bas, 40, que agitava uma bandeira palestina. "É a única coisa que pode dar à população palestina um pouco de ânimo, ver que o mundo inteiro se mobiliza em solidariedade."

Na Irlanda, os oradores pediram sanções contra Israel e o fim imediato do conflito. Também exigiram que os palestinos participem de um plano de cessar-fogo. "Qualquer plano elaborado sem a participação da liderança ou da população afetada deve ser questionado", disse o médico John-Paul Murphy, 37.

Em Londres, a polícia reportou 355 prisões durante uma concentração em apoio ao grupo proibido Ação Palestina. O primeiro-ministro Keir Starmer pediu o cancelamento dos protestos deste fim de semana, após um ataque sangrento a uma sinagoga na última quinta-feira.