Marielle, Roani e Claudelice são finalistas de Prêmio de direitos humanos do Parlamento Europeu

Marielle, Roani e Claudelice são finalistas de Prêmio de direitos humanos do Parlamento Europeu

Candidatura brasileira, apresentada pelos socialdemocratas e a esquerda radical, compete com intelectual uigur e grupo de adolescentes do Quênia

Correio do Povo e AFP

Prêmio é anualmente entregue desde 1988

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A candidatura de três ativistas brasileiros – a vereadora assassinada Marielle Franco, o líder indígena Roani e a ambientalista Claudelice Silva dos Santos – está entre os finalistas do Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu, afirmaram fontes parlamentares nesta terça-feira. A lista se completa com o intelectual uigur (povo de origem turcomena que habita principalmente a Ásia Central) Ilham Tohti, condenado à prisão perpétua por Pequim, e um grupo de adolescentes do Quênia que criaram um aplicativo para ajudar meninas afetadas pela mutilação genital feminina. Os socialdemocratas e a esquerda radical apresentaram os ativistas brasileiros, aos quais se somaram os Verdes, que retiraram sua candidatura conjunta de Marielle e do ex-deputado brasileiro Jean Wyllys, defensor do coletivo LGTBIQ.

O Parlamento Europeu apoia os direitos humanos através do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, instituído em 1988, em honra do dissidente e cientista soviético Andrei Sakharov. O prêmio é atribuído a pessoas que tenham dado uma contribuição excepcional para a luta em prol dos direitos humanos em todo o mundo, chamando a atenção para as violações dos direitos humanos e apoiando os laureados e a sua causa.

Os liberais apresentaram, por sua vez, Tohti, Prêmio Václav Havel 2019 do Conselho da Europa, enquanto o grupo de Conservadores e Reformistas Europeus (CRE) indicou as adolescentes do Quênia, "garotas corajosas", nas palavras da eurodeputada Assita Kanko. "As meninas que desenvolveram esse aplicativo conhecem o horror da mutilação genital por experiência própria e percebem a importância de uma ferramenta tão acessível como essa numa situação de emergência", acrescentou Kanko, que contou sua própria experiência durante a apresentação das candidaturas, em setembro passado. 

O candidato do Partido Popular Europeu (PPE, de direita), o oponente russo Alexei Navalny, não passou no corte dos nomes. Em 2018, seu candidato, o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, recentemente libertado após cinco anos de prisão na Rússia, ganhou o reconhecimento, que consiste em 50 mil euros. Já foram vencedores instituições como o Enough Now! (2000) e personalidades como Nelson Mandela (1988), Malala Youfsafzai (2013) e Aung San Suu Kyi (1990).

Em 2017, os opositores venezuelanos se tornaram os quintos vencedores latino-americanos, depois da associação argentina Mães da Praça de Maio (1992), bem como dos dissidentes cubanos Guillermo Fariñas (2010), Associação Damas de Branco (2005) e Oswaldo Payá (2002). A Eurocâmara anunciará em 24 de outubro o vencedor desta edição. A cerimônia de entrega acontece em Estrasburgo, no nordeste da França, em 18 de dezembro.


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