Milhares se despedem de rainha Elizabeth II em funeral grandioso no Reino Unido

Milhares se despedem de rainha Elizabeth II em funeral grandioso no Reino Unido

Caixão com a monarca é levado para Windsor, onde ela será sepultada

AFP

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Como era de se esperar, o funeral da rainha Elizabeth II, que morreu aos 96 anos, foi grandioso em Londres, no Reino Unido. Nesta segunda-feira, além da família real, milhares de pessoas, entre militares, líderes mundiais e populares, dão o último adeus à monarca que reinou por 70 anos. 

O funeral de Estado começou com a cerimônia na Abadia de Westminster. Após, o corpo com a rainha foi levado em cortejo pelo centro de Londres até o Arco de Wellington, no Hyde Park Corner. Depois do final da procissão, o caixão é levado até Windsor, localidade a 40 km ao oeste da capital e onde fica o famoso castelo de mesmo nome que será a última morada da rainha.

Durante o funeral, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, elogiou a vida da rainha, dedicada durante sete décadas a seu povo. "As pessoas que amam servir são raras em qualquer âmbito da vida. Líderes que amam servir são ainda mais raros. Mas em todos os casos, aqueles que servem serão amados e recordados, enquanto aqueles que se apegam ao poder e aos privilégios são esquecidos", disse Welby.

O Coral da Abadia de Westminster e o Coral da Capela Real entoaram seus cânticos para os quase 2.000 participantes, incluindo quase 500 governantes e monarcas do mundo, do presidente americano Joe Biden ao brasileiro Jair Bolsonaro, passando pelo rei da Espanha, Felipe VI, ao imperador do Japão, Naruhito.

Na parte final da cerimônia, todo o país respeitou dois minutos de silêncio, das ruas aos parques, incluindo os pubs, onde muitos acompanharam a cerimônia pela televisão. O funeral de Estado terminou com o hino nacional, "Deus salve o Rei", cantado em homenagem ao novo monarca Charles III.

Em seguida o rei acompanhou, com os irmãos e filhos, a saída do caixão da Abadia, levado por oito carregadores e coberto com a bandeira da monarquia, a coroa imperial, o cetro e o orbe, símbolos da rainha. Bisnetos da monarca, o príncipe George, de 9 anos, segundo na linha de sucessão, e sua irmã Charlotte, de 7 anos, seguiram o cortejo em um automóvel oficial, ao lado de sua mãe Catherine, princesa de Gales, e de Camilla, a nova rainha consorte.

Multidão nas ruas

Na véspera do funeral, o Palácio de Buckingham divulgou uma foto inédita de Elizabeth II, muito sorridente, feita para o "jubileu de platina" em junho. Elizabeth II faleceu em 8 de setembro, quando estava em sua residência escocesa de Balmoral.

O estado de saúde da rainha era delicado há um ano, mas o falecimento da monarca, com uma presença que parecia eterna, provocou grande comoção no país e no mundo. O Reino Unido a homenageou com 10 dias de luto nacional, cortejos e procissões. A emoção popular tornou quase imperceptíveis os protestos da minoria de republicanos.

Seu filho mais velho, de 73 anos, a sucedeu como Charles III. Até então um dos membros menos apreciados da família real britânica, sua popularidade subiu nos últimos dias. A Abadia de Westminster não tinha espaço suficiente para a multidão de britânicos que desejavam acompanhar a rainha até o fim.

Nas primeiras horas da manhã, milhares de pessoas de todas as idades já aguardavam no Mall, a famosa avenida que leva ao Palácio de Buckingham, para acompanhar a passagem do cortejo após o funeral de Estado.

Reunida com os pais e o marido

Símbolo de uma era de grandes mudanças, Elizabeth II assumiu o trono em 1952, em um Reino Unido ainda abalado pelo pós-guerra, e faleceu em 2022, no pós-pandemia e Brexit. Ela conheceu 15 primeiros-ministros, de Winston Churchill à atual Liz Truss, assim como figuras históricas que incluem o soviético Nikita Khrushchev, a madre Teresa de Calcutá e o sul-africano Nelson Mandela.

Em Windsor, o caixão será levado para a Capela de St. George. Nesta igreja do século XV, conhecida por ter sido cenário dos últimos casamentos reais, será organizada mais uma cerimônia religiosa com 800 convidados, incluindo funcionários que trabalhavam para a rainha.

No local, a coroa, o orbe e o cetro serão retirados do caixão e colocados sobre o altar. O funcionário de maior alto escalão da Casa Real, Lorde Chamberlain, quebrará sua "vara de comando" e a colocará sobre o caixão, simbolizando o fim do reinado de Elizabeth II.

Depois, em uma última cerimônia privada, reservada aos familiares mais próximos, a rainha será sepultada no "Memorial George VI", um anexo onde foram enterrados seus pais e as cinzas de sua irmã Margaret. O caixão de seu marido, o príncipe Philip, será enterrado ao lado dela, depois de ser transferido da cripta real, onde está desde sua morte em abril de 2021.


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