Um tribunal de Paris iniciou, nesta sexta-feira (17), o julgamento de Dahbia Benkired, acusada de estuprar, torturar e matar uma adolescente de 12 anos em 2022. O caso, que teve a vítima identificada como Lola, chocou profundamente a França e desencadeou uma tempestade política, com a extrema direita e a direita explorando o fato de a acusada ser uma cidadã argelina em situação irregular no país.
No início do julgamento, a mulher de 27 anos dirigiu-se aos presentes, pedindo perdão: "Eu lamento. É horrível o que fiz. Eu lamento", disse em sua primeira declaração. A mãe e o irmão da vítima pediram que a acusada dissesse "toda a verdade e nada mais que a verdade, à toda a França" e à família. Os familiares vestiam camisetas com os dizeres: "Você foi o sol da nossa vida, será a estrela das nossas noites".
Detalhes do crime e fuga
O crime ocorreu em 14 de outubro de 2022, em um prédio no nordeste de Paris, onde os pais de Lola trabalhavam como zeladores e a irmã de Benkired residia. Imagens de câmeras de segurança mostraram a acusada se aproximando de Lola quando a adolescente chegava da escola.
De acordo com a investigação, Benkired forçou a menina a ir ao apartamento de sua irmã, onde a submeteu a atos sexuais, agrediu-a com uma tesoura e um estilete e a asfixiou com fita adesiva. Em seguida, a acusada colocou o corpo da vítima em um baú e fugiu. Embora tenha voltado ao prédio, ela foi presa um dia depois na casa de um amigo.
A busca pelo motivo
O julgamento, previsto para durar seis dias, busca elucidar a principal questão ainda sem resposta: por que Dahbia Benkired cometeu o crime?
Em um primeiro interrogatório policial, a acusada demonstrou irritação pela recusa da mãe de Lola em lhe fornecer um passe para usar os elevadores do prédio. Em seguida, ela tentou culpar uma ex-companheira.
Os investigadores também apuraram a possibilidade de que o crime estivesse relacionado às suas crenças sobre bruxaria, baseadas em pesquisas que ela havia feito na internet.