Mulher vende biscoitos de terra para sobreviver no Haiti

Mulher vende biscoitos de terra para sobreviver no Haiti

Assista ao vídeo da produção do “Tè”, que é vendido por US$ 0,24

Luciano Nagel / Rádio Guaíba

Pequena bolacha, chamada de “Tè”, seca ao sol

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Mais de 300 mil pessoas vivem em Cité Soleil, a maior favela de Porto Príncipe, capital do Haiti. Evelence Dejust, de 23 anos, é uma das moradoras da localidade. No terremoto de 12 de janeiro, ela perdeu um irmão soterrado e teve a casa destruída. Para sustentar os quatro filhos e o marido, que está desempregado, Evelence vende biscoitos de terra, “Tè” no idioma críole, língua oficial do Haiti.

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Com a ajuda de um intérprete, o repórter Luciano Nagel conversou com Evelence que mostrou como o biscoito é produzido.

Evelence senta-se sobre os escombros de sua antiga casa, estende um lençol e com uma colher em punho começa a misturar dentro de um balde, terra, água, sal e um pouco de manteiga. Após repetir várias vezes o movimento, enfim, está pronta a massa, parecida com argila.

A massa é colocada, cuidadosamente, sobre o lençol como uma pequena torta e fica secando ao sol. Evelence produz, em média, três baldes grandes de biscoito por dia. O “Tè” é vendido por 10 gourdes haitianos, o equivalente a US$ 0,24. Os compradores do biscoito são haitianos que não têm outra opção de alimento.







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