De Sydney a Nova York, passando por uma Damasco livre do poder dos Assad, o mundo celebrou a entrada em 2025 à meia-noite desta quarta-feira (1º), depois de um ano marcado pelas guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, pelos Jogos Olímpicos e pelo retorno de Trump ao poder.
Nos Estados Unidos, a chegada do Ano Novo à "Big Apple" é celebrada desde 1907 no lendário cruzamento de Manhattan, entre a Broadway e a rua 42, iluminado dia e noite por letreiros de teatro, salas de música e painéis publicitários.
"Eu queria muito viver esta experiência em Nova York, é uma vez na vida", disse à AFPTV a dominicana Jennifer Lopez, que mora em Long Island, leste de Manhattan.
Elizabeth Anderson, uma turista mexicana de 32 anos, diz estar feliz com sua "terceira viagem a Nova York", onde conheceu o marido há 11 anos. A véspera de Ano Novo na Times Square está "na lista de coisas para fazer antes de morrer", disse.
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Cenas semelhantes foram vividas horas antes em outras capitais como Bangcoc, Hong Kong, Damasco, Paris ou Madri.
No Rio de Janeiro, milhares de pessoas festejaram a chegada do novo ano na praia de Copacabana, com um megaespetáculo de pirotecnia e shows.
Um show de quase duas horas dos irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia animou, entre outros artistas, a despedida de 2024 em um palco monumental.
Em meio a uma forte presença policial e a um gigantesco dispositivo logístico, a celebração atingiu seu ápice quando fogos de artifício lançados de barcos iluminaram a noite de Ano Novo por 12 minutos.
Ano de eleições
Entre outros marcos, 2024 se tornará o ano mais quente já registrado, com desastres naturais causados pela mudança climática que provocaram devastação desde a floresta amazônica até a costa mediterrânea espanhola. Mas nem tudo foram desastres e conflitos.
Em 2024, Taylor Swift encerrou sua turnê de sucesso Eras, a Argentina de Lionel Messi ampliou sua sequência de vitórias com o triunfo na Copa América e uma Espanha repleta de jovens talentos, como o adolescente Lamine Yamal, venceu a Eurocopa.
2024 foi também um ano eleitoral, com milhões de pessoas que foram às urnas em mais de 60 países.
O México elegeu Claudia Sheinbaum como a primeira mulher presidente do país e os venezuelanos viveram outras eleições controversas, que resultaram na proclamação de um novo mandato para Nicolás Maduro.
Mas nenhuma votação gerou tanta atenção como as eleições presidenciais de 5 de novembro nos Estados Unidos, nas quais Donald Trump garantiu o seu retorno à Casa Branca. Embora só tome posse no dia 20 de janeiro, sua vitória já repercute em todo o planeta.
O presidente eleito prometeu tarifas sobre o México e a China e disse que acabará com a guerra na Ucrânia em apenas 24 horas.
Alegria em dobro em Damasco
Depois de quase três anos de guerra, os ucranianos temem uma diminuição da ajuda militar dos EUA, agravando a sua situação no front leste, onde as tropas russas avançam gradualmente.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, garantiu na sua mensagem de Ano Novo que o país deverá lutar em 2025 no "campo de batalha", mas também na "mesa de negociações".
A turbulência se intensificou no Oriente Médio, com ataques diretos entre o Irã e Israel, a incursão e bombardeios israelenses no Líbano na sua guerra contra o Hezbollah e a queda do governo sírio de Bashar al Assad.
Dezenas de bandeiras revolucionárias inundaram a praça central, em Damasco, para saudar um novo ano marcado pela "esperança", depois de meio século de governo de Assad e treze anos de guerra civil sangrenta.
Em Gaza, palco de uma guerra entre Israel e o Hamas desde outubro de 2023, a crise humanitária agravou-se devido à escassez de alimentos, abrigos ou medicamentos.
"O ano de 2024 foi o mais difícil. Perdi muitos entes queridos, incluindo o meu pai", disse Gazan Wafaa Hayaj, em um acampamento de deslocados em Deir al Balah.
Retornos, mais futebol e calor
É difícil prever o que 2025 trará, embora os especialistas estimem mais avanços nas tecnologias de inteligência artificial e uma desaceleração da inflação nos últimos anos. Será também o ano do retorno da banda britânica Oasis após a aparente reconciliação dos explosivos irmãos Gallagher e também das megaestrelas da banda pop coreana BTS após terem concluído o serviço militar.
Em um ano sem grandes torneios de seleções, os torcedores de futebol poderão saciar a vontade de jogos com o novo formato do Mundial de Clubes, que será disputado nos Estados Unidos entre 32 equipes.
Os termômetros também não registrarão mudanças. O Serviço Meteorológico do Reino Unido prevê mais uma vez um ano marcado por calor que provavelmente terminará entre os mais quentes já registrados.