Mundo supera 5 milhões de casos declarados do novo coronavírus

Mundo supera 5 milhões de casos declarados do novo coronavírus

Continente mais afetado é a Europa, que já registrou quase 2 milhões de pessoas infectadas

AFP

Mundo tem mais de 5 milhões de casos do novo coronavírus

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O planeta superou, nesta quinta-feira (21), o marco de cinco milhões de casos de novo coronavírus, com uma situação contrastante entre a China, pronta para declarar a "vitória" sobre o vírus, e o continente americano, onde o balanço não para de aumentar.

De acordo com uma contagem da AFP feita a partir de fontes oficiais, pelo menos 5.006.730 casos de infecção foram registrados até o momento em todo o mundo, entre os quais 328.047 mortes. Continente mais afetado, com quase 2 milhões de casos, incluindo 328.047 fatais, a Europa continua no caminho de uma normalização muito lenta.

Quase todas as praias voltarão a abrir ao público nesta quinta na Córsega, enquanto Chipre reabre suas escolas, cafés, restaurantes e salões de cabeleireiro.

Na Espanha, o uso obrigatório de máscara a partir dos seis anos de idade começou a valer em todos os locais públicos, quando não é possível manter a distância física, inclusive na rua.

Uma medida comemorada por Cristina Quevedo Jorquera, que é professora. "Ainda haverá contaminações com a máscara, mas sem uma máscara, seria como pular na água sem saber nadar", explicou a mulher. 

O impacto econômico continua sendo sentido duramente no Velho Continente, com uma maior contração da atividade no setor privado em maio, mas em um ritmo mais lento do que em abril, segundo a empresa Markit.

Em um caótico setor de transporte aéreo, a companhia britânica Easyjet anunciou a retomada de alguns voos a partir de 15 de junho, principalmente em "rotas domésticas no Reino Unido e na França", com medidas sanitárias a bordo.

No outro extremo do mundo, os bares reabriram nesta quinta-feira na Nova Zelândia, depois das escolas e comércios. "Em geral, não bebo cerveja ao meio-dia, mas é bom, tem o gosto de uma volta ao normal", disse Jim Hall, de 70 anos, desfrutando de uma cerveja Guinness em Wellington.

"Vitória" na China

Na China, onde a epidemia surgiu em dezembro na cidade de Wuhan, os 3.000 deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP) se reunirão a partir de sexta-feira para o grande evento anual do regime comunista de Xi Jinping.

A oportunidade para comemorar o fim da epidemia no território, mesmo que o país tema uma segunda onda, num contexto de ressurgimento do vírus em determinados locais nas últimas semanas. A sessão do parlamento "deve dar a Xi Jinping a oportunidade de proclamar a vitória total na 'guerra do povo' contra o vírus", prevê a cientista política Diana Fu, da Universidade de Toronto (Canadá).

Nos Estados Unidos, onde a pandemia continua causando estragos, Donald Trump acusou Pequim na quarta-feira de ser responsável por uma "matança no mundo".

O presidente americano, muito criticado por sua gestão da crise sanitária e que deseja a todo custo reativar a economia de seu país alguns meses antes das eleições presidenciais, insiste em um retorno à normalidade, em particular defendendo um G7 presencial nos Estados Unidos.

Seu otimismo contrasta com a situação em seu país, o mais afetado no mundo em número de infecções (1,55 milhão de casos) e óbitos. A Universidade Johns Hopkins anunciou na quarta-feira à noite mais de 1.500 mortes adicionais em 24 horas, elevando o total para mais de 93.400, incluindo quase um terço somente em Nova York.

"Genocídio" temido no Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lembrou nessa quarta-feira que a pandemia está longe de ser contida, com 106 mil novos casos detectados em 24 horas em todo o mundo, um recorde. O Brasil está agora na linha de frente, passando por uma aceleração acentuada da epidemia, com um balanço diário que chegou a 888 novos óbitos.

Mas o presidente Jair Bolsonaro continua minimizando o perigo do vírus e criticando o confinamento. O fotógrafo franco-brasileiro Sebastião Salgado, de 76 anos, que passou a vida imortalizando com suas lentes as condições dos mais pobres e do seu ambiente degradado, teme que os povos indígenas da Amazônia sofram um "genocídio" por falta de atenção médica na região.

Ele lançou uma campanha em favor dos povos da Amazônia, que já coletou mais de 261 mil assinaturas, porque "nós realmente corremos o risco de uma enorme catástrofe" com "a eliminação de um grupo étnico e sua cultura", disse.

Sob pressão do chefe de Estado brasileiro, o Ministério da Saúde recomendou na quarta-feira o uso da cloroquina e de seu derivado, a hidroxicloroquina, para pacientes que sofrem de uma forma leve de Covid-19.

Na pendência de uma vacina e de um remédio, o uso deste medicamento é controverso, porque seu efeito contra o coronavírus ainda não foi comprovado.

Vislumbre de esperança: pesquisadores demonstraram que macacos vacinados ou infectados com o novo coronavírus desenvolveram anticorpos que permitem a proteção contra uma nova infecção.

México 

No México, a possível retomada do campeonato de futebol está mais distante depois que oito jogadores do time Santos Laguna deram positivo. "Isso complica singularmente o cenário", admitiu o proprietário do Santos, Alejandro Irarragorri, no canal de televisão esportiva TUDN.

Situação difícil também no Peru, o segundo país mais afetado da América Latina depois do Brasil, com a superação na quarta-feira das 100 mil contaminações e 3 mil mortes. E no Chile, que contabiliza 50 mil casos, distúrbios têm acontecido em razão da fome em Santiago.

O Equador, outro país fortemente afetado na América Latina, em particular a cidade portuária de Guayaquil, que iniciou seu desconfinamento na quarta, enfrenta um novo problema: dois terços dos presos em uma prisão no centro do país estão contaminados.

Na prisão de Ambato, uma cidade nos Andes, "420 pessoas" tiveram resultados positivos, dois dos quais morreram, disse um funcionário da administração penitenciária na quarta-feira.


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