Não há previsão para um retorno ao "velho normal", diz OMS

Não há previsão para um retorno ao "velho normal", diz OMS

Diretor-geral da OMS afirma que muitos países "caminham na direção errada" e, desta maneira, a pandemia de Covid-19 seguirá acelerando

R7

Tedros Adhanom Ghebreyesus alertou para redução da quarentena

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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi enfático ao declarar, nesta segunda-feira (13), que não há previsão nenhuma para um retorno ao "velho normal" e que a pandemia provocada pelo novo coronavírus segue se acelerando por conta de decisões equivocadas de lideranças nacionais. "Não há previsão para a volta ao velho normal em qualquer tempo futuro", disse. Ele ainda repetiu a frase, enfatizando a declaração.

O discurso do diretor-geral, que tradicionalmente abre as coletivas de imprensa regulares da OMS, foi um dos mais duros até o momento. Adhanom costuma ser bastante diplomático e, mesmo no auge da crise com a gestão de Donald Trump nos Estados Unidos, que acabou anunciando sua saída da organização, não fazia críticas tão diretas aos governos nacionais.

"Permitam-me ser direto: muitos países estão andando na direção errada. O novo coronavírus segue sendo o inimigo público número um, mas as ações de muitos governos e de várias pessoas não reflete esta verdade."

Como de costume, Ghebreyesus não citou nomes de líderes ou mesmo países específicos, mas pouco antes havia feito um levantamento da situação da pandemia no mundo alertando que há quatro tipos de situação. Há os países que tomaram medidas de forma preventiva e conseguiram ser pouco afetados pela Covid-19; aqueles que conseguiram superar a doença com ações severas; aqueles que, apesar das ações e redução dos casos, enfrentam ressurgimentos, mas com sistemas de vigilância preparados; e aqueles países que enfrentam situações muito preocupantes de transmissão comunitária.

A OMS citou "países na Ásia e na África" e foi enfática ao ressaltas que as Américas seguem sendo o epicentro da epidemia. EUA e Brasil seguem sendo os países mais afetados, ao mesmo tempo em que são as maiores nações a baterem de frente com a organização e as orientações da comunidade científica.

"Se o básico não é seguido, só há um jeito dessa pandemia continuar: piorando", declarou Ghebreyesus.


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