Nível dos mares sobe 2,5 vezes mais rápido que no século XX, diz relatório da ONU

Nível dos mares sobe 2,5 vezes mais rápido que no século XX, diz relatório da ONU

Documento elaborado por especialistas foi divulgado nesta quarta-feira

AFP e Agência Brasil

Nível dos mares está subindo de maneira mais rápida, segundo relatório da ONU

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O nível dos mares subiu 2,5 vezes mais rápido no início do século XXI na comparação com o século XX e continuará aumentando principalmente em consequência da retração das calotas polares, afirma um relatório de especialistas da ONU sobre o clima publicado nesta quarta-feira.

Conforme o documento, independente da hipótese, o nível dos oceanos continuará subindo depois de 2100. Em um mundo com +2°C, o ritmo de aumento pode ser estabilizado até alcançar um metro em 2300. No entanto, se as emissões de gases do efeito estufa continuarem no ritmo atual, o aumento será de vários metros, de acordo com o relatório. 

Segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), criado pelas Nações Unidas (ONU), a devastação dos mares e das regiões geladas devido às alterações climáticas é o principal problema do planeta. É urgente priorizar "ações oportunas, ambiciosas e coordenadas" de forma a enfrentar estas mudanças "sem precedentes e duradouras" nos oceanos e na criosfera – regiões cobertas por gelo e neve permanentes e que constituem 10% da superfície do planeta –, alerta o parecer.

Durante este século, os oceanos poderão sofrer alterações "sem precedentes", com temperaturas mais altas, água mais ácida, menos oxigénio e condições alteradas de produção de recursos. O gelo das regiões geladas, como o Ártico por exemplo, estão derreteno a um ritmo nunca antes registado e, em consequência, o nível dos oceanos está elevando pondo em causa a vida de mais de milhões de pessoas, advertem os cientistas no documento.

O IPCC estabelece que "o oceano e a criosfera acolhem habitats únicos e estão ligados a outros componentes do sistema climático através de trocas globais de água, energia e carbono". A verdade é que cerca de "670 milhões de pessoas nas regiões de alta montanha e 680 milhões de pessoas nas zonas costeiras mais baixas dependem diretamente destes sistemas". Por exemplo, pelo menos "4 milhões de pessoas vivem permanentemente na região do Ártico" e serão afetadas com o degelo e a subida do nível do mar.

Este relatório destaca, ainda, os benefícios de uma adaptação "ambiciosa e eficaz para o desenvolvimento sustentável" e os "custos e riscos crescentes de uma ação adiada".


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