Número diário de mortos na Itália é o menor em duas semanas

Número diário de mortos na Itália é o menor em duas semanas

País pensa em plano para sair "gradativamente" do isolamento

AFP

Balanço representa uma redução de 25% em relação às mortes anunciadas no sábado

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O número de mortos pelo novo coronavírus na Itália nas últimas 24 horas é de 525, o mais baixo em duas semanas, anunciou neste domingo a Defesa Civil.

O balanço representa uma redução de 25% em relação às mortes anunciadas ontem. Até o momento, 15.887 pessoas morreram devido ao coronavírus na Itália, país mais castigado do mundo pela pandemia, segundo as cifras oficiais.

"São boas notícias, mas não deveríamos baixar a guarda", disse o chefe da Defesa Civil, Angelo Borrelli. "A curva começou sua queda", comemorou o chefe do Instituto Superior de Saúde, Silvio Brusaferro. A redução do número de mortos "é um dado muito importante", assinalou.

"Se estes dados se confirmarem, teremos que pensar na fase 2", ou seja, no plano para reativar a Itália, que contempla a retomada de parte da atividade.

Para as autoridades, a fase 2 é um período de "convívio" com o vírus, motivo pelo qual "é importante manter as medidas que fizeram a curva cair", alertou Brusaferro.

Há quatro semanas, os 60 milhões de italianos estão submetidos a medidas drásticas de confinamento. Um sinal de que a batalha não foi vencida é que os serviços de saúde do país contabilizaram cerca de 3 mil novos casos nas últimas 24 horas.

Itália pensa em plano para sair "gradativamente" da pandemia

A Itália, que observa uma desaceleração da pandemia do novo coronavírus, já pensa em sua recuperação com um plano sanitário, embora o governo advirta que o retorno à normalidade não será do dia para a noite.

Quando a vida vai voltar ao normal?

Temendo um relaxamento no comportamento das pessoas pela chegada da primavera e o feriado da Páscoa, as autoridades insistem em repetir nos últimos dias: "Não se deve baixar a guarda" ao coronavírus.

"Não estamos em condições de suavizar as medidas" de confinamento, advertiu o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, ao anunciar que a Itália continuará paralisada pelo menos até 13 de abril.

"A emergência não terminou. O perigo não desapareceu. Ainda temos alguns meses difíceis pela frente, não desperdicemos os sacrifícios feitos", exortou neste domingo o ministro da Saúde, Roberto Speranza, em entrevista aos jornais Il Corriere della Sera e La Repubblica.

O objetivo é uma volta à normalidade "o quanto antes", acrescentou o ministro, sem dar uma data.

E depois? O chefe da Defesa Civil, Angelo Borrelli, que todos os dias dá um balanço das vítimas, anunciou na sexta que a Itália continuaria confinada até 11 de maio, embora tenha informado que a decisão correspondia exclusivamente ao governo.

Cauteloso, Borrelli mencionou a data de 16 de maio como possível data para uma "fase 2", sinônimo de "coexistência com o vírus", mas só "se a evolução (da pandemia) não mudar".

Quais serão as medidas sanitárias?

O ministro da Saúde expôs neste domingo um plano estratégico em cinco pontos "para sair gradualmente" da pandemia, que preconiza o uso generalizado de máscaras, o distanciamento social escrupuloso nos locais de vida e de trabalho" e um dispositivo de hospitais dedicados à COVID-19, que ficarão abertos após a crise para impedir um possível retorno do vírus.

O governo prevê reforçar "as redes sanitárias locais" para que cada doente identificado possa ser submetido a testes de detecção e de tratamento, bem como coletar amostras da população para determinar o número exato de contaminados.

O governo considera também o uso de um aplicativo em 'smartphones', baseada no modelo sul-coreano, para localizar a circulação dos doentes nas 48 horas anteriores à infecção e favorecer a telemedicina para, por exemplo, vigiar a domicílio sua frequência cardíaca e seu nível de oxigênio no sangue.

Em que ordem?

"Inclusive quando os casos de coronavírus caírem a zero, a vida não será a mesma durante muito tempo", advertiu o presidente do Instituto Superior de Saúde (ISS), Silvio Brusaferro.

Com o abrandamento das medidas de confinamento, as primeiras atividades que deveriam ser retomadas são as vinculadas à cadeia de abastecimento alimentício e farmacêutico. Este também deveria ser o caso dos artesãos, cujas lojas tenham uma visitação limitada de pessoas.

Bares, restaurantes, boates e academias de ginástica serão os últimos a abrir e, chegado o momento, é provável que seus proprietários devam prever um distanciamento de segurança de pelo menos um metro entre seus clientes e com seu pessoal.

As pessoas que desejarem voltar à Itália - 200.000 italianos atualmente, segundo cifras oficiais - deverão ser postas em isolamento e apresentar a bordo de um avião ou um trem a declaração juramentada em que informe o endereço em que vão se submeter a um período de quarentena.

Os transportes públicos deverão manter uma ocupação baixa, o que seria possível graças a controladores encarregados de fazer respeitar uma distância entre os passageiros, usando apenas um assento a cada dois ou deixando que um número limitado de pessoas embarque nas composições, trens ou em ônibus.


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