Necropsia confirma que bilionário Epstein se enforcou

Necropsia confirma que bilionário Epstein se enforcou

Resultado foi divulgado seis dias do magnata ter sido encontrado morto

AFP

Morte do magnata, que estava detido em um dos centros penitenciários mais seguros do país, causou revolta nos Estados Unidos

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A necropsia realizada no corpo de Jeffrey Epstein determinou que o bilionário americano se suicidou por enforcamento, informou nesta sexta-feira (16) o departamento de medicina legal de Nova York, dissipando dúvidas sobre esta morte, que se transformou em um escândalo nacional. Depois de "um exame meticuloso de toda a informação, incluindo os resultados completos da necropsia", a chefe de medicina legal de Nova York, Barbara Sampson, confirmou em uma curta declaração por e-mail à AFP, que Epstein se suicidou por "enforcamento".

O resultado foi divulgado seis dias depois de o homem de 66 anos, acusado de exploração sexual de menores, ter sido encontrado morto em sua cela em uma prisão de Manhattan. Funcionários anônimos citados pelo jornal The New York Times disseram que ele usou seus lençóis para se enforcar.

A morte do magnata, que estava detido em um dos centros penitenciários mais seguros do país, causou revolta nos Estados Unidos, suscitando dúvidas e teorias da conspiração.  Embora as autoridades tenham apontado no sábado um aparente suicídio, muitos insinuaram que ele havia sido assassinado para proteger as muitas personalidades com quem ele se relacionava, do príncipe Andrew ao ex-presidente americano Bill Clinton e o atual ocupante da Casa Branca, Donald Trump.

A confirmação do suicídio está longe de responder todas as perguntas sobre como um dos presos de mais alto perfil do país pôde ter se matado. Os advogados de Epstein não ficaram satisfeitos "com as conclusões" dos médicos forenses e informaram que farão sua própria investigação sobre a morte, exigindo o acesso às gravações de vídeo da prisão.

"Não há dúvidas de que as autoridades violaram seus próprios protocolos", afirmaram os advogados, condenando as "duras, inclusive medievais, condições da prisão". O procurador geral dos Estados Unidos, William Barr, lançou no mesmo sábado duas investigações que revelaram "sérias irregularidades" na prisão. 

Embora não as tenha detalhado, o diretor foi transferido e os dois guardas encarregados de vigiar Epstein na noite de sexta e sábado foram suspensos. Os funcionários da prisão citados pelo The New York Times disseram que os guardas haviam dormido três horas quando se supunha que deveriam fazer rodadas a cada meia hora. 

Dias antes de sua morte, em 23 de julho, Epstein havia sido encontrado jogado no chão de sua cela com marcas no pescoço, após uma aparente tentativa de suicídio. Depois deste episódio, foi colocado sob vigilância especial, mas só até 29 de julho.

Diante da indignação das supostas vítimas do bilionário, o departamento de Justiça prometeu continuar as investigações das acusações, assim como os possíveis cúmplices, a começar por sua amiga próxima, Ghislaine Maxwell, acusada por várias demandantes de ter recrutado escravas sexuais para sua rede e participado de alguns abusos.  Seu paradeiro é desconhecido, mas o jornal New York Post publicou nesta sexta fotos que pareciam mostrá-la no terraço de um restaurante de Los Angeles, mas sem especificar as datas das imagens. 

Epstein era acusado de exploração sexual de menores de idade e outro de associação para explorar sexualmente menores de idade entre 2002 e 2005. Ele negava as acusações e se fosse condenado, poderia pegar 45 anos de prisão.


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