Negociação entre Rússia e Ucrânia termina com "resultados positivos" sobre corredores humanitários

Negociação entre Rússia e Ucrânia termina com "resultados positivos" sobre corredores humanitários

Terceira rodada de negociações foi concluída nesta segunda-feira

AFP e R7

Ucranianos atravessam uma ponte destruída enquanto fogem da cidade de Irpin, a noroeste de Kiev

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A terceira rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia foi concluída nesta segunda-feira com alguns "resultados positivos" nos corredores humanitários, anunciou no Twitter Mykhailo Podoliak, membro da delegação ucraniana.

"Conseguimos alguns resultados positivos na logística dos corredores humanitários", disse Podoliak, assessor da presidência ucraniana.

Por outro lado, o negociador russo Vladimir Medinsky considerou que o encontro entre os países "não correspondeu às expectativas" da Rússia.

"Esperamos que da próxima vez possamos fazer um avanço mais significativo", acrescentou ele em uma entrevista coletiva transmitida pelo canal de televisão público russo Rossia 24. 

Durante a segunda rodada de negociação, na última quinta-feira (3), os negociadores russos e ucranianos concordaram com o estabelecimento de corredores humanitários para a saída de civis e com o término temporário das hostilidades ao longo das rotas de retirada.

Já nesta segunda-feira, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereschuk, anunciou que o país rejeitou os corredores humanitários para Belarus e para a Rússia, propostos por Moscou. Segundo ela, a sugestão "não é uma opção aceitável".

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a Rússia expressa "cinismo moral e político" ao propor corredores humanitários que acabam levando refugiados ucranianos ao país. "Nada disso é sério. É um cinismo moral e político que me soa insuportável", disse o francês.

"Não é aceitável"

Mais cedo, o exército russo anunciou a suspensão temporária dos ataques em algumas regiões "com fins humanitários" e a abertura de corredores para retirar os civis de Kiev, Kharkiv, do porto cercado de Mariupol e da localidade de Sumy, perto da fronteira com a Rússia. Metade dos corredores, porém, segue em direção à Rússia e Belarus, e o governo ucraniano rejeitou a proposta.

"Não é uma opção aceitável", disse a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereschuk. Ela afirmou que os civis retirados das cidades de Kharkiv, Kiev, Mariupol e Sumy "não vão para Belarus, para em seguida embarcar em um avião e seguir para Rússia".

O presidente francês Emmanuel Macron, que conversou com Vladimir Putin no domingo, acusou o líder russo de hipocrisia e cinismo por sua proposta. "Não conheço muitos ucranianos que queiram se refugiar na Rússia [...]. Nada disso é sério. É de um cinismo moral e político que me parece insuportável", disse Macron em entrevista transmitida pela emissora de televisão LCI.

Por sua vez, o representante russo nas negociações entre Moscou e Kiev acusou a Ucrânia de impedir a evacuação de civis de áreas de combate e de "usar [os civis] direta e indiretamente, até como escudos humanos, o que é claramente um crime de guerra".

 


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