A capital da Índia, Nova Délhi, amanheceu sob uma densa névoa tóxica nesta segunda-feira (20), com níveis de poluição do ar que ultrapassaram 16 vezes o máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A área metropolitana, que abriga mais de 30 milhões de habitantes, é frequentemente listada como uma das capitais mais poluídas do mundo, especialmente durante o inverno. O fenômeno é causado pela combinação de ar frio, que retém poluentes perto do solo, e emissões provenientes de queimadas agrícolas, fábricas e do tráfego intenso.
Festival de Diwali agrava situação
A poluição atingiu picos críticos devido ao uso de fogos de artifício nas celebrações do festival hindu de Diwali, que culmina na noite desta segunda-feira. Embora a Suprema Corte tenha flexibilizado uma proibição de fogos de artifício neste mês, permitindo apenas "fogos de artifício verdes" menos poluentes, a qualidade do ar sofreu uma deterioração severa.
Os níveis de PM2.5 – micropartículas cancerígenas capazes de entrar na corrente sanguínea – atingiram 248 microgramas por metro cúbico em algumas áreas, conforme dados da organização de monitoramento IQAir. A Comissão Governamental de Gestão da Qualidade do Ar alertou que as condições devem piorar nos próximos dias.
Medidas de emergência e impacto na Saúde
Para combater a crise, as autoridades municipais anunciaram que pretendem testar a técnica de "semeadura de nuvens", que consiste em injetar sal ou produtos químicos nas nuvens por meio de aviões para induzir a chuva e limpar o ar.
O problema de saúde pública na Índia é gravíssimo. Um estudo publicado pela revista The Lancet Planetary Health indicou que a poluição do ar foi responsável por 3,8 milhões de mortes no país entre 2009 e 2019, destacando a urgência de medidas de controle ambiental eficazes.